ATA DA QUADRAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 06.06.1997.
Aos seis dias
do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove
horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez
Pinheiro, Paulo Brum, Sônia Santos e Gilberto Batista. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Clênia Maranhão, Clovis
Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Motta, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do
Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães e Tereza Franco. Constatada a existência de "quorum", o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em
avulsos de cópias da Ata da Quadragésima Quinta Sessão Ordinária, que foi
aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Garcia, 11 Pedidos de
Providências, o Pedido de Informações nº 101/97 (Processo nº 1757/97) e as
Indicações nºs 59 a 63/97 (Processos nºs 1736, 1737, 1813,1814 e 1815/97,
respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, 05 Pedidos de Providências e
a Indicação nº 65/97 (Processo nº 1823/97); pelo Vereador Nereu D'Ávila, 03
Emendas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 41/92 (Processo nº 725/92); pelo
Vereador Paulo Brum, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 111/97 (Processo nº
1778/97); pela Vereadora Sônia Santos, o Pedido de Informações nº 99/97
(Processo nº 1716/97). Ainda, foram apregoados Requerimentos da Vereadora Maria
do Rosário, solicitando o desarquivamento dos Projetos de Lei do Legislativo
nºs 11/93 e 94/96 (Processos nºs 934/93 e 1661/96, respectivamente). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 252/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre; 01/97, do Senhor Paulo Roberto Teixeira Guerra, Gerente GETES/DEFIN do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES; 33/97, do Senhor
Antônio Carlos Lago, Coordenador-Geral de Comunicação Social da Fundação
Nacional do Índio - FUNAI; 37/97, do Senhor João Scharinger, Chefe do
Departamento de Transportes Urbanos do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDE; 118/97, da Senhora Sílvia Cappelli, Promotora de
Justiça/RS; 124 e 125/97, do Senhor Darci Barnech Campani, Diretor-Geral do
Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU; 176/97, do Senhor Paulo Vidal,
Deputado Estadual/RS; 492/97, da Senhora Vera Lúcia Martins Vianna,
Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal - CEF; 544/97, do Senhor
Ercy Pereira Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa - ARI;
861 e 863/97, do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164
mm><AF=261 mm>Chefe da Casa Civil do Estado/RS; 874, 875 e
876/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto/RS; Telegramas da
Senhora Maria do Carmo Bueno, Deputada Estadual/RS; do Senhor Arno Frantz,
Deputado Estadual/RS; do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio
Grande do Sul; do Senhor Caio Rocha, Secretário da Agricultura e Abastecimento
do Estado/RS. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor José Roberto Araújo, representante do Sindicato dos Taxistas
de Porto Alegre - SINTAXI, que manifestou a posição favorável dos taxistas ao
Projeto de Lei do Executivo nº 09/97, em tramitação na Casa, que altera
dispositivos das Leis nºs 4629/79 e 6063/87, que dispõem sobre a concessão de
reajustes tarifários para o serviço de táxi. Na oportunidade, o Vereador Elói
Guimarães manifestou sua concordância com o pronunciamento do Senhor José
Roberto Araújo. Às nove horas e vinte e sete minutos, o Senhor Presidente
declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo os mesmos
reabertos, constatada a existência de "quorum", às nove horas e vinte
e nove minutos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1a. Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 88/97, discutido pelos Vereadores Cláudio
Sebenelo, Adeli Sell, Cyro Martini e Gerson Almeida; os Projetos de Lei do
Executivo nºs 21 e 23/97; em 2a. Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº
94/97. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria do Vereador Gerson
Almeida, ao Substitutivo nº 01 do Projeto de Lei do Executivo nº 09/97
(Processo nº 1069/97). Também, foi apregoado o Requerimento de autoria do
Vereador Juarez Pinheiro, solicitando renovação da votação do Projeto de Lei do
Executivo nº 07/96 (Processo nº 447/97), e o Senhor Presidente deferiu
Requerimento do Vereador Gerson Almeida, solicitando a retirada de tramitação
da Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 01 do Projeto de Lei do Executivo nº 09/97
(Processo nº 1069/97). A seguir, constatada a existência de "quorum",
foi iniciada a ORDEM DO DIA e foi aprovado Requerimento verbal do Vereador
Gerson Almeida, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser
apreciada. Após, foi apregoado Requerimento do Vereador Hélio Corbellini,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, tendo o Senhor
Presidente declarado empossada na Vereança a Suplente Maristela Maffei,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e
Direitos Humanos. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do
Executivo nº 20/97, após ser discutido pelo Vereador Isaac Ainhorn. A seguir,
foram apregoadas as Emendas nºs 04, de autoria do Vereador Fernando Záchia, e
05, de autoria do Vereador Nereu D'Ávila, apostas ao Substitutivo nº 01 do
Projeto de Lei do Executivo nº 09/97, e foi deferido pelo Senhor Presidente
Requerimento do Vereador Fernando Záchia, solicitando votação em destaque da
Emenda nº 04 acima referida. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Substitutivo nº 01 do Projeto de Lei do
Executivo nº 09/97, com
ressalva das Emendas a ele apostas, considerando-se prejudicado o Projeto
original, por dezessete Votos SIM, doze Votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser
discutido pelos Vereadores Elói Guimarães, João Dib, Gilberto Batista, Adeli Sell, Carlos
Garcia, Cláudio Sebenelo e Gerson Almeida e encaminhado à votação pelos
Vereadores Elói Guimarães, Gerson Almeida, Cláudio Sebenelo, Luiz Braz, Carlos
Garcia e Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio
Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Renato Guimarães, Tereza Franco e
Maristela Maffei, votado Não os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos
Nedel, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e
Gilberto Batista (este com Declaração de Voto) e optado pela Abstenção os
Vereadores João Dib (este com Declaração de Voto), Luiz Braz e Sônia Santos.
Após, foram aprovadas as seguintes Emendas, apostas ao Substitutivo nº 01 ao
Projeto de Lei do Executivo nº 09/97: de nº 04, esta votada em destaque e
aprovada por dezesseis votos SIM e quinze votos NÃO, após ser encaminhada à
votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Luiz Braz, Pedro Ruas, Fernando
Záchia, Carlos Garcia, Pedro Américo Leal, Gerson Almeida e Anamaria Negroni,
sendo submetida à votação nominal por solicitação do Vereador Fernando Záchia,
tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel,
João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo
Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e votado Não os
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói
Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Motta, José Valdir, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Renato Guimarães e
Maristela Maffei; de nº 01, esta por vinte e cinco votos SIM, três votos NÃO e
duas ABSTENÇÕES, sendo submetida à votação nominal por solicitação do Vereador
Paulo Brum, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni,
Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini,
Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz,
Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães,
Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista, Não os Vereadores João Carlos
Nedel, João Dib e Pedro Américo Leal e optado pela Abstenção os Vereadores Juarez
Pinheiro e Maristela Maffei; de nº 03; de nº 05, esta por dezessete Votos SIM e
quatorze Votos NÃO, sendo submetida à votação nominal por solicitação do
Vereador João Motta, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos
Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Fernando Záchia, Isaac
Ainhorn, João Carlos
Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto
Batista e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio
Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Motta, José
Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato Guimarães e
Maristela Maffei. Durante
a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 09/97, os Vereadores Sônia
Santos, Paulo Brum e José Valdir cederam seus tempos para o Vereador Elói
Guimarães, o Vereador Isaac Ainhorn cedeu seu tempo para o Vereador Carlos
Garcia e o Vereador João Carlos Nedel cedeu seu tempo para o Vereador Gilberto
Batista. Também, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Pedro Paulo
Záchia, Presidente do Sport Club Internacional, e acolheu Questões de Ordem dos
Vereadores Luiz Braz, Isaac Ainhorn e Elói Guimarães, acerca da anexação, ao
Processo 1069/97, de legislação referente ao uso de Bandeira 2 pelos táxis de
Porto Alegre. Na ocasião, o Vereador Antônio Losada informou que os
representantes da comunidade da Vila Campos do Cristal teriam de se retirar do
Plenário para efetuar visitação à área envolvida no reassentamento dos
moradores dessa Vila. Após, foi aprovado Requerimento de prorrogação dos
trabalhos da presente Sessão, por dezoito Votos SIM e seis Votos NÃO, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Carlos
Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do
Rosário, Paulo Brum, Renato Guimarães, Gilberto Batista e Maristela Maffei e
votado Não os Vereadores Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu
D'Ávila, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol. Na ocasião, o Senhor Presidente
informou ter proferido palestra, na condição de representante desta Casa,
semana passada, na Câmara Municipal de Canoas. A seguir, foi votado
Requerimento verbal do Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de
votação dos projetos a serem apreciados na presente Ordem do Dia, o qual, após
ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Gerson Almeida, João Dib,
Fernando Záchia e Reginaldo Pujol, recebeu onze Votos NÃO, sendo submetido à
votação nominal por solicitação do Vereador Luiz Braz, tendo votado os
Vereadores Antônio Losada, Décio Schauren, Fernando Záchia, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário,
Renato Guimarães e Maristela Maffei, votação essa considerada nula face à
inexistência de "quorum" deliberativo. Às treze horas e trinta e cinco
minutos, constatada a inexistência de "quorum", o
Senhor Presidente declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária
da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz,
Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa.
Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distri buída
em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A entidade aqui presente
hoje é o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre - SINTAXI, que manifestará a posição da categoria quanto às
alterações tarifárias propostas em Projeto de Lei que tramita neste
Legislativo.
O Sr. José Roberto Araújo
está com a palavra pelo período de dez minutos.
O SR. JOSÉ
ROBERTO ARAÚJO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e demais presentes, o nosso interesse é
o de demonstrar aos Srs.Vereadores que o Projeto de Lei ora em apreciação não
representa um ônus para a população como
fazem crer pessoas mal-informadas. Tal Projeto não determina um aumento
de tarifa; simplesmente modifica as bandeiras, adequando-as a uma nova
realidade. Em seu artigo 2º, cria o táxi-mirim utilitário, que consta de uma
“pick-up” para transporte de volumes até mil quilos. Esse tipo de táxi vem a
facilitar e beneficiar o consumidor que, quando compra produtos de grandes
proporções, como televisores, geladeiras, móveis e outros, necessita hoje
contratar veículo, pagando frete, frete este que não tem um padrão de tarifa.
Esse táxi terá seu frete controlado por taxímetro com apenas 50% sobre o valor
do táxi comum. Hoje, uma corrida média de 5km representará R$ 7,45, o que será
bem menos que os dez, quinze, vinte reais hoje cobrados pelos fretes. Cria
também a perua radiotaxi, que será um táxi especializado em transporte de
deficientes físicos. Essa modalidade de táxi existe nas principais cidades
brasileiras e, sem dúvida, presta um excelente serviço social.
Antes de falarmos sobre a
alteração das bandeiradas, cabe um esclarecimento, pois, em conversa com os
nobres Vereadores, notamos as dificuldades que alguns tiveram para entender a
diferença entre bandeirada e bandeira. Bandeirada é o valor inicial da corrida,
que é igual em qualquer modalidade de bandeira e hoje está fixada em R$ 1,42.
Com esse Projeto, o valor da bandeirada permanecerá igual, não haverá alteração,
não havendo qualquer tipo de reajuste na bandeirada. Bandeira é a classificação
do que é cobrado para o passageiro por quilômetro rodado, onde, aí sim, haverá alteração. A bandeira 4, que hoje é
utilizada em horário noturno para transporte de mais de três passageiros,
deixará de existir; a bandeira 3 não será mais utilizada para quatro
passageiros durante o dia e sim exclusivamente quando o passageiro desejar
transportar volumes excedentes pelo táxi,
principalmente em supermercados, “shoppings”, lojas, com acréscimo de
50% sobre a bandeira 1. Esse acréscimo não significa 50% de reajuste na
corrida, porque esses 50% implicam somente no preço do quilômetro rodado, nunca
na bandeirada. Vamos tomar por exemplo uma corrida média: em 99% dos casos, as
corridas são curtas ou de média distância. Até há pouco, o Decreto da SMT
permitia cobrar R$ 0,35 por volume excedente, o que, em uma compra de
supermercado, excede em pelo menos dez volumes. Ora, dez volumes excedentes
significam R$ 3,50 além do valor da corrida. Para uma corrida de R$ 3,00, o
passageiro pagava R$ 6,50. Pelo Projeto, a mesma corrida custará R$ 3,52, tendo
o consumidor economizado R$ 2,97. Nesse caso, a população está ganhando,
principalmente considerando-se que a grande maioria das pessoas que utilizam o
táxi para levar o seu rancho para casa são de baixa renda, como, por exemplo, a
população do Morro da Cruz, que, ao fazer suas compras no Carrefour, o
supermercado mais próximo, pagam hoje R$ 2,97 a menos do que pagarão com esse
Projeto.
A bandeira 2 hoje acresce
20% sobre o valor da bandeira 1, passando, a partir da aprovação desse Projeto,
a 33%. Srs. Vereadores, 33% será o total de acréscimo sobre a bandeira 1 - não
significa 33% de aumento tarifário. Essa diferença não é, de maneira alguma, um
aumento de tarifa, pois ela incide apenas no quilômetro rodado, e temos que
considerar - muitos estão esquecendo - que a bandeira 4 não mais existirá, ou
seja, esses 13% são apenas uma compensação pela perda da bandeira 4.
Quanto à mudança do início
do horário para a utilização da bandeira 2, queremos frisar que todas as
capitais brasileiras, com exceção de Porto Alegre, iniciam a utilização da
bandeira 2 às 20h, e no Rio de Janeiro às 18h em dias de semana, e, nos
sábados, ao meio-dia. Será, Srs. Vereadores, que só Porto Alegre está correta?
Será que mais de setecentos Vereadores, espalhados por vinte e cinco capitais
de um país, estão errados? Por que só os táxis de Porto Alegre não têm a
isonomia tão apregoada por V.Exas.? Pois está na hora de mudar. O taxista
trabalha, em média, 12 horas diárias em condições de alto risco de vida e de
sua saúde devido ao trânsito conturbado que precipita o estresse, e isso sem
nenhuma remuneração extra. Dirão alguns que o taxista é um microempresário e
que trabalha no horário em que quiser. Mas a realidade não é essa. Todo microempresário, além de fazer o seu horário
de trabalho, também determina seus preços e margem de lucro. O taxista deve
obedecer à regulamentação oficial. Não faz o seu preço e, para conseguir o salário
digno, não tem como trabalhar menos de 12 horas diárias, enquanto os
trabalhadores de todas as outras áreas percebem um adicional de hora-extra de
50% nas duas primeiras horas e de 100% nas demais. Nos domingos e feriados, os
trabalhadores, em geral, recebem 100% de adicional. Os taxistas, Srs.
Vereadores, hoje, que também são trabalhadores, recebem apenas 20% na bandeira
2 e estão pedindo somente 13% a mais. Isso é um exagero? Acredito que não. No
art. 73, §1º, da CLT, está prevista a redução da hora normal para 52 minutos.
Imaginem V.Exas. se os 3914 taxistas de Porto Alegre resolvessem trabalhar
apenas oito horas diárias, das oito horas da manhã às seis da tarde, não
trabalhando aos sábados e nem aos domingos, o que seria de direito considerando
a sua condição de autônomo! Seria o caos! A população ficaria totalmente
desamparada, principalmente em casos de emergência. É sabido que é grande o
número de transporte de doentes e acidentados através de táxis.
No trabalho noturno, em que
quase a totalidade dos trabalhadores recebem o adicional de 20% mais 30% sobre
o adicional de periculosidade, quando é o caso, somando 50%, o taxista recebe apenas 20%. Será que 13% é muito para
adicional de periculosidade pelo que passa o taxista no seu dia-a-dia, especialmente
à noite? Diariamente, no mínimo, um taxista é assaltado e, muitas vezes, alguns
são assassinados. Srs. Vereadores, o taxista vive em uma corda bamba, sem saber
quando será a sua vez. O risco de vida é extremamente grande, principalmente
quando tem que se locomover até as áreas de risco, e, em Porto Alegre, temos muitas dessas áreas. Treze por cento é
muito por isso, Srs. Vereadores? Na bandeira l, o preço cobrado atualmente é de
R$ 0,71. Com o Projeto, esse valor não será alterado. Qual a vantagem dos
taxistas se a população está ganhando? Perderemos na corrida de curto e médio
percurso, geralmente utilizada pela população de baixa renda, que poderá
utilizar o táxi com mais freqüência, mas ganhamos na quantidade do serviço e
nas corridas de longo percurso. Ganhamos um pouco na bandeira 2, e a população
ganha com a eliminação da bandeira 4. Portanto, todos saem ganhando com o aval
dos Srs. Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Colocamos a palavra à disposição para quem desejar se manifestar em Liderança.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES:
Eu devo dizer que não usarei o tempo de Liderança em face de o Líder não se
encontrar no Plenário, mas quero-me solidarizar com as palavras do dirigente
sindical.
O SR.
PRESIDENTE: Suspendemos
a Sessão por alguns minutos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos
às 9h27min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 9h29min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos para o período de
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 1432/97 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 088/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que proíbe as lutas de vale-tudo
em todas as suas modalidades no Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
PROC. 1741/97 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 021/97, que cria função regida pela Consolidação das Leis do Trabalho,
pertencente ao Quadro Celetista em
Extinção, na Administração Centralizada do Município e dá outras providências.
(Motorista)
PROC. 1807/97 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 023/97, que autoriza a abertura de
créditos especiais no
Executivo Municipal, no
valor de R$ 488.500,00, e dá
outras providências. (SMED)
2ª SESSÃO
PROC. 1524/97
- PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/97, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que
dispõe sobre o uso e distribuição de prospectos e folhetos de propaganda no
Município e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, me apressei em discutir a Pauta para analisar o
Projeto do Ver. Reginaldo Pujol que proíbe as lutas de vale-tudo em todas as
suas modalidades, no Município de Porto Alegre, e dá outras providências.
Sr. Presidente, estamos
diante, talvez, de um dos projetos mais importantes, não só pelo seu mérito,
mas pelo que ele simboliza como projeto. O símbolo, o conteúdo nas entrelinhas
do Projeto é uma mensagem antiviolência. Estamos nos adaptando - assim como
toda a nossa fauna e nossa flora se adaptaram - à violência urbana, a viver na
poluição violenta que os meios de comunicação, que o estresse urbano nos
impõem. Essa violência, que é a violência do sistema, é uma violência
intrínseca ao capitalismo, que é um sistema violento, porque é competitivo. E
isso se transmite para a sociedade. Toda a sociedade passa a ser violenta, e o
Estado passa a ser violento.
Eu, que fui um duro crítico
do Ver. Reginaldo Pujol no Projeto a favor do lacre das revistas com armas e
que também tem um simbolismo antiviolento, a esse sou totalmente a favor. É da
maior importância esse Projeto, porque proíbe não a luta, não a disputa
saudável, não o esporte aperfeiçoando a mente e o corpo das pessoas, mas, sim,
limita essa violência insuportável que nos invade, invade nossos lares e,
principalmente, a nossa mente, nos condicionando permanentemente à violência.
Não podemos aceitar, porque uma sociedade como a nossa precisa muito de
mensagens de antiviolência...
Queria alertar para uma
mensagem de antiviolência, ressaltando o trabalho de uma pessoa extremamente
competente que faz a capa do jornal “Zero Hora”. Hoje, a capa do jornal “Zero
Hora” mostra uma mensagem de antiviolência do nosso tenista Kuerten com o seu
irmão que é deficiente físico e, muito provavelmente, pelo que mostra a
fotografia, é deficiente mental. Mostra o carinho que esse menino devota ao seu
irmão, um carinho que devemos devotar
aos nossos irmãos da sociedade.
Esta Câmara está de parabéns
porque, como forma de antiviolência, está apresentando esse trabalho do Ver.
Reginaldo Pujol e está permanentemente, nesta legislatura, resgatando uma
injustiça que temos para com os menos assistidos. Os inúmeros projetos em favor
do deficiente físico - os trabalhos do Ver. Paulo Brum, do Ver. João Dib e de
todos os Vereadores, mas principalmente os trabalhos voltados para as pessoas
deficientes e transplantados, para as quais,
a todo momento, estamos fazendo
projetos - mostram qual a postura que deve ter este Plenário e mostram a
postura que deve ter o Estado, de carinho, de fraternidade, de solidariedade
humana. Uma capa dessas do jornal “Zero Hora” é muito mais expressiva, fala
muito mais que todas as palavras que possa haver dentro do seu próprio jornal.
Realmente, é enternecedor, é indispensável que a população se aperceba disso.
Por favor, Administração do PT, esse é um exemplo que queremos que seja
simbólico para que não aconteçam mais aumentos de táxi, invasão de áreas, como
foi a do Inter, e, principalmente, que o Albergue Dias da Cruz não seja
interditado, porque isso sim seria uma violência. Vejam o exemplo do Ver.
Reginaldo Pujol, pedindo, com toda ênfase, essa mensagem de antiviolência no
seu Projeto contra as lutas de vale-tudo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, nós temos alguns projetos importantes em Pauta e
eu também vou comentar o mesmo projeto que o Ver. Cláudio Sebenelo comentou: o
Projeto do Ver. Reginaldo Pujol que proíbe as lutas do chamado “vale-tudo” em
Porto Alegre. É lastimável que o Ver. Carlos Garcia não esteja no Plenário,
porque é dele um projeto de lei que tramita nas Comissões, regulamentando as
academias e tomando uma série de posições necessárias para que possamos
reeducar a nossa sociedade, começando pela reeducação da juventude, porque é
ela que mais freqüenta as academias. Nesse sentido, já destacamos aqui, de
outra feita, a importância de um projeto de lei que normatize a abertura das
academias.
O Sr. Pedro
Américo Leal:
V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) É tamanho o interesse, que
as academias já me enviaram a crítica deste Projeto, no bom sentido. Eu também
tenho o curso de Educação Física, por incrível que pareça, e estou muito
interessado neste assunto. Quando estava na Assembléia Legislativa, fui a
Brasília e ao Rio de Janeiro tentando regulamentar esses descalabros que
acontecem com aqueles que praticam as artes marciais e não estão preparados
filosoficamente para isso que executam no dia-a-dia.
O SR. ADELI
SELL:
Agradeço o aparte de V.Exa. Eu, inclusive, falei ao Ver. Carlos Garcia que iria
propor uma emenda, porque me parece que cada academia, além de um
acompanhamento médico e de professores, também precisa ter um acompanhamento,
pelo menos uma aula em cada grupo, com psicólogo, porque, como disse V.Exa., é
preciso um preparo psicológico, é preciso ganhar a cabeça das pessoas para esse
tipo de atividade. É inconcebível que, no final desse século e na abertura do
novo milênio, nós assistamos na televisão a essa tal de luta “vale tudo” em
lugares públicos, para ser assistida por qualquer pessoa de qualquer idade. Por
isso, me parece meritório e justo o
Projeto do Ver. Reginaldo Pujol. É preciso que nós aprovemos o Projeto e que,
também, melhoremos o Projeto do Ver. Garcia sobre as academias para que, em
Porto Alegre, iniciemos um novo processo de reeducação das pessoas contra a
violência e a favor da paz. E, nesse sentido, quero chamar a atenção e
protestar pelo pronunciamento do Ver. Cláudio Sebenelo, que, sistematicamente, tenta
confundir, utilizando o debate de projetos tão importantes como este do Ver.
Pujol para fazer ataques descarados ao Partido dos Trabalhadores, dizendo que o
Partido dos Trabalhadores usa de violência. Eu quero que o Ver. Sebenelo venha
aqui e prove onde há violência no Partido dos Trabalhadores, porque nós, em
qualquer solenidade ou em qualquer atividade, temos demonstrado o nosso apreço,
o nosso carinho por todos aqueles que lutam pela liberdade, pela democracia e
pela paz. Então, não aceito esse tipo de mistura - vir aqui discutir um projeto
de tamanha importância para as crianças, para os jovens e para a população de
Porto Alegre para poder achacar o Partido dos Trabalhadores. Esse não é o
método de fazer debate. Eu quero fazer um debate franco, honesto e
transparente. Faço um desafio ao Ver. Sebenelo para que, juntos, convoquemos
toda a Cidade de Porto Alegre e façamos um debate sobre as ideologias dos
nossos partidos políticos e, assim, possamos confrontar nossas idéias. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Apregoamos Emenda nº 03 ao Substitutivo nº 01 ao PLE
09/97 - Proc. n° 1069/97.
Requerimento, de autoria do
Ver. Gerson Almeida, solicitando retirada de tramitação da Emenda nº 02 ao
Substitutivo nº 01 ao mesmo Projeto. DEFERIDO.
Requerimento, de autoria do
Ver. Juarez Pinheiro, solicitando renovação de votação do PLE n° 07/96.
O Ver. Cyro Martini está com
a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CYRO
MARTINI: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu peço vênia para discordar da posição do Ver.
Cláudio Sebenelo e do Ver. Adeli Sell. Não é matéria de natureza ideológica,
não há por que nos identificarmos absolutamente numa corrente de pensamento de
ideário.
O “vale-tudo”, na verdade,
inexiste. Não há luta na qual tudo valha. Não é assim. O “vale-tudo” que nós
conhecemos, aqueles que já têm uma certa idade, é o “vale-tudo” de exibição. O
“vale-tudo” de exibição não é uma luta. Seria uma arte que eu não saberia
definir. Para quem se lembra, é o chamado Ringue 12. O Ringue 12 é exibição.
Ninguém vai se estraçalhar naquele “vale-tudo”. Pelo contrário, não ocorre
ferimento algum. Mas não seria eu o mais indicado a falar sobre o “vale-tudo”
propriamente dito, tecnicamente válido. Seria mais o nobre Ver. Pedro Américo
Leal, que é quem conhece a arte de perto.
Instrutor de longa data nas academias de Polícia e de Exército, conhece
melhor do que eu, como também o Prof. Garcia, porque a sua área é Educação
Física. Mas, no “vale-tudo”, não é que valha tudo. Há restrições, há regras a
serem observadas. Um dos argumentos que usaria aqui para contraditar a proposta meritória, sem dúvida, do Ver.
Reginaldo Pujol - um deles: senão o campeão mundial, um dos campeões mundiais é
brasileiro nessa luta do vale-tudo. Lembro de seu sobrenome, que é Ruas. Ele,
com técnica, absolutamente técnica, sem estraçalhar, sem degolar, sem esfacelar
nenhum dos contendores, põe por terra o contendor em questões de minutos ou
segundos. Outro campeão mundial pertence a uma família gloriosa de lutadores,
dentro do campo do “Jiu Jitsu” e de outras artes marciais - a família Gracie,
hoje radicada nos Estados Unidos. A sua técnica se resume, em última instância,
apenas àquilo que podemos chamar, vulgarmente, de sufoco.
O Sr. Carlos
Garcia:
V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Permita-me uma colaboração.
Acho que o enfoque teria que ser um pouco diferente, porque todas as lutas
podem ser discutidas sob a questão da barbárie, mas essas lutas são totalmente
regulamentadas, têm regras específicas, como V.Exa. está dizendo. E hoje o
campeão mundial é um brasileiro. Saúdo-o pela lembrança da família Gracie que,
há gerações, tem formado lutadores no Brasil da mais alta estirpe. Agora, volto
a enaltecer que todas essas lutas são regulamentadas dentro desse espírito. Não
são lutas que ocorrem na rua, no seu dia-a-dia.
O SR. CYRO
MARTINI: Obrigado
pelo seu aparte e pelo esclarecimento, com o qual concordo plenamente. Então,
não há uma luta em que não haja regra nenhuma.
O Sr. Pedro
Américo Leal:
V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V.Exa. está abordando por
uma faceta esse problema, que é muito interessante. Se há luta que prejudica
fundamentalmente o praticante é o boxe. O boxe, que é internacional, hoje em
dia é uma empresa, é o esporte mais violento, haja vista o Muhamed Ali. Em
conseqüência do boxe, quantos já morreram no ringue, imediatamente abatidos! O
boxe é uma tourada humana! V.Exa. está fazendo uma comparação, uma regra de
três simples e direta, mas, se vamos proibir uma coisa, por que não proibimos
também a outra? O boxe permite o “direto”, que fulmina o indivíduo.
O SR. CYRO
MARTINI:
Atingindo o baço, o fígado e o crânio, acaba sendo muito mais lesivo à
integridade corporal do adversário do que o chamado “vale-tudo” que, na
verdade, não é um vale-tudo. “Vale-tudo” é uma expressão de outros tempos. Hoje
não teria cabimento essa expressão.
O futebol, hoje, como é
praticado - e, inclusive, no jogo de ontem à noite, entre Corinthians e São
Paulo, mostra, através do árbitro que veio da Europa - a tendência é dar maior
liberação, maior permissão para a prática onde o corpo é empregado com mais
agressividade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Antônio Losada está com a palavra. Desiste. O Ver. José Valdir está com
a palavra. Desiste. O Ver. Gerson Almeida está com a palavra.
O SR. GERSON
ALMEIDA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, quando me inscrevi na Pauta, imaginava que era um
assunto de somenos importância. No entanto, vários Vereadores se manifestaram
sobre esse mesmo tema. Vou, então, também meter a minha “colher torta” nesse
assunto. Não conheço em detalhes as regras, as normas dessas chamadas lutas de vale-tudo. No entanto, parece-me
que - e gostaria que o Ver. Reginaldo Pujol estivesse em Plenário, mas vamos
conversar com ele, na seqüência - estaríamos legislando sobre algo que é,
primeiro, consagrado no mundo, e que, assim como outros esportes dessa
natureza, tem suas regras, suas federações, instituições que normatizam,
regulamentam e controlam a boa execução. Quanto a isso, não caberia à Câmara de
Vereadores de Porto Alegre proibir a realização de um esporte com o qual
podemos ou não concordar em relação à sua natureza.
O Sr. Pedro
Américo Leal:
V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V.Exa. aborda sob um ângulo
com que me preocupei e fiz minha intervenção através de um aparte: é que, se
formos nos preocupar com todas as proibições em torno de artes marciais ou
jogos individuais que coloquem o homem em confronto com outro agressivamente, vamos
ver que o boxe é, na verdade, uma estupidez. V.Exa. sabe o número de mortes que
acontecem num ringue de boxe. No entanto, aturamos e fingimos que não
enxergamos tudo isso. E o boxe é patrocinado pelos Estados Unidos, com três
ligas, confederações de boxe, que dominam todo o “ranking” mundial.
O SR. GERSON
ALMEIDA: É
exatamente isso. Há, na Câmara - creio que o Ver. Adeli Sell e V.Exa. já se
manifestaram sobre o tema -, um projeto com uma abrangência bem maior, e,
nesses termos, vale Porto Alegre se preocupar com uma legislação de controle público sobre situações consagradas -
concordemos ou não - na história cultural, inclusive, da humanidade, fazendo
com que elas permitam as melhores condições para o seu exercício, ou seja: dar
estatura àquelas atividades e não expor seus praticantes a situações em que, se
houver, por exemplo, um ataque mais grosseiro, mais forte, aquela pessoa possa,
por falta de assistência, ter um problema
de saúde mais grave, ficar com alguma seqüela. Isso, sim, cabe à Câmara
de Vereadores, em defesa da integridade pessoal e física dos cidadãos. Proibir,
no entanto, seria algo bastante inóquo e inadequado.
O Sr. Pedro
Américo Leal:
V.Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. veja: qual o
profissional que morreu praticando o vale-tudo? Quais os profissionais que
morreram no ringue do boxe? Porque é entregue ao técnico, quando muito, ao
juiz. Ele não sabe prever nem avaliar o momento, por mais prática que ele
tenha. Ele não é médico, não sabe no que redundou aquele “direto” na cabeça do
pugilista. O que pode acontecer? Nós temos que pensar muito isso, se não nós
vamos chegar ao ridículo.
O SR. GERSON
ALMEIDA:
Exatamente, e o mérito da proposição do Ver. Pujol talvez seja o de trazer para
esta Casa esse debate. A meu juízo, esse debate deve ser feito dentro de um
contexto mais geral, que é o de assegurar que quem coloque uma academia tenha
profissionais qualificados, com competência e condições para exercer digna,
adequada e corretamente a atividade. Esse é o nosso limite, a meu juízo, nesse
caso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver.
Gilberto Batista está com a palavra. Desiste.
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. GERSON
ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a
alteração na ordem da pauta e que siga a seguinte ordem: fl.14, fl.11. fl.06 e,
depois, volta-se a seguir a ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o Requerimento do Ver. Gerson Almeida. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Hélio Corbellini solicita licença para tratamento
de saúde no dia de hoje.
(Obs.: Foi apregoado
Requerimento de licença do Ver. Hélio Corbellini e dada posse à Suplente, conforma consta da Ata.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1573/97 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 020/97, que autoriza o Chefe do Poder Executivo a intervir no acordo de
parcelamento de débito junto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS,
entre o Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB e a Caixa Econômica
Federal - CEF. Urgência.
Parecer-conjunto
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e
CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o PLE nº 20/97. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para
discutir.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, entendemos pertinente,
neste momento, ter solicitado o tempo para discutir o presente Projeto já que
fomos designados pelo Presidente da Casa para relatar o processo, o que fizemos
às folhas 7 e 8 do presente Projeto. Teve o Parecer aprovado por unanimidade,
no âmbito das Comissões Conjuntas, e busca, através do Projeto de Lei, o Sr.
Prefeito Municipal a necessária autorização desta Casa para intervir no
parcelamento de débito junto ao FGTS e entre o DEMHAB e a Caixa Econômica
Federal. Na realidade, o presente Projeto de Lei, de autorização, busca a
intervenção, a anuência desta Casa. Nós já tivemos oportunidade de nos
manifestar, afirmando e dizendo que em projetos dessa natureza, de autorização
para parcelamento de débitos, não haveria necessidade, do ponto de vista de
incentivo, da autorização do Poder Legislativo, mas, no entanto, a Lei Orgânica
é rigorosa nesse sentido na medida em
que exige essa autorização para que o Chefe do Poder Executivo intervenha em
processos dessa natureza, até porque, no presente caso, há uma sentença
judicial transitada em julgado, de reconhecimento do vínculo empregatício de um
grupo de prestadores de serviços ao Departamento Municipal de Habitação que
faziam essa atividade de forma autônoma e legal. A Justiçado Trabalho
reconheceu a existência de vínculo empregatício. Conseqüentemente, havendo
reconhecimento de vínculo empregatício, há a obrigatoriedade de recolhimento do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. É
o que nós constatamos. E, na realidade, num caso desses, com uma decisão
judicial, precisaria a implementação do Poder Legislativo, se o próprio Poder
Executivo está obrigado a pagar. E para pagar ele não precisa buscar
autorização do Poder Legislativo. Ele precisa buscar autorização para fazer o
parcelamento do débito.
Ora, se para pagar não
precisa autorização, para fazer o parcelamento ele precisa, vemos aí um certo
contra-senso. É a imposição da norma legal que exige a autorização desta Casa
para promover um protocolo de parcelamento com a Caixa Econômica Federal.
Portanto, no Parecer, definimos essa situação por ser requisito formal, e o
recolhimento é legal e o acordo é o melhor caminho, com o parcelamento, porque
facilitará o pagamento por parte do Executivo Municipal.
Portanto, discutimos e
manifestamos o nosso apoio a esse Projeto de Lei que pede autorização do Chefe
do Poder Executivo a intervir em processo de parcelamento de débito. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam o PLE 020/97 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1069/97 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 009/97, que altera dispositivos das Leis nºs 4629, de 23 de novembro de 1979,
e 6063, de 30 de dezembro de 1987, que dispõem sobre a concessão de reajustes
tarifários para o serviço de táxi. Com
Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05 e 06, Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, Subemenda
nº 01 à Emenda nº 02, ao Projeto, Mensagem Retificativa e Substitutivo nº 01
com Emendas nºs 01 e 03. Urgência.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do Art. 81 da LOM;
- discutiram a matéria os
Vereadores P. Ruas, E. Guimarães, C. Ilgenfritz, J. Pinheiro, C. Garcia, E.
Sabino e L. Braz;
- adiada a discussão por uma
Sessão.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o PLE n ° 09/97. A Vera. Sônia Santos está inscrita para discutir a
matéria e cede seu tempo ao Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu agradeço à Vera. Sônia Santos a
oportunidade de continuar examinando esta questão que é extremamente
importante.
Já se manifestou o SINTÁXI e
deu esclarecimentos bastante eficazes, mas nós vamos continuar. É bom que se
diga, frise e gize que o Projeto, que nós transformamos em Substitutivo, ele
não está alterando, vejam bem, a bandeirada, o quilômetro rodado. Apenas
estabelece mecanismos. Eu fiz uma projeção para se tornar mais fácil a
compreensão. A bandeira 1 continua sendo a bandeira 1, com os seus valores;
elimina-se a bandeira 4 e há uma perda para os taxistas. Por outro lado, a
questão do supermercado... Eu dizia hoje, na Guaíba, que o táxi transformou-se
num pequeno caminhão de mudanças. Ele está ali no supermercado carregando
rancho, busca um televisor se uma pessoa vai a uma loja etc. É uma realidade espontânea
da população, que o transformou nesse tipo de veículo. Nós estivemos,
juntamente com o Presidente do SINTAPA, na Promotoria Pública, e lá a defesa
comunitária exigia que os taxistas não poderiam mais cobrar o excedente. Isso
evoluiu e alterou-se a mecânica. No Projeto passa-se a adotar a bandeira 3, que
é um mecanismo transparente, porque o passageiro que levar o rancho, uma
televisão etc., vai ver no visor do táxi, claramente, o que ele tem a pagar.
A projeção fica assim: a
bandeira 1, atualmente, numa corrida média, para se ter uma idéia, é R$ 5,68 e
vai continuar sendo R$ 5,68. Nos dias úteis, das seis horas às 22 horas, com
mais de três passageiros, que é a bandeira 3, nós tínhamos R$ 6,94, que cai,
agora, para R$ 5,68, porque cai a bandeira 4. Então, o taxista que antes podia
cobrar R$ 6,94, na corrida média, passa para R$ 5,68. Há uma queda, porque cai
a bandeira 4. Nos dias úteis, à noite, a bandeira 2, com até três passageiros,
que é R$ 6,52, passa para R$ 7,06. Aqui, sim, há um pequeno acréscimo, diante
de uma realidade que está sendo discutida nacionalmente. E como chamava a
atenção do Presidente do SINTÁXI, por que não se fazer a isonomia com outras
capitais? E nos dias úteis, à noite, quando era adotada a bandeira 4 com mais
de três passageiros, que era de 8,08, cai para 7,6. Na realidade, esse Projeto
arruma uma série de dificuldades que enfrentava não só o taxista como o
passageiro nessa relação que é o serviço de deslocamento das pessoas. Diria que
se trata de um excelente projeto. Regulariza uma série de questões, como a
questão dos pacotes, a questão da bandeira. E não se confunda a bandeirada com
quilômetro rodado, pois a bandeirada continua a mesma. O acréscimo na bandeira
2 é de 8,3.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador,
seu tempo está esgotado. O Ver. Paulo Brum cede seu tempo a V.Exa., com
aquiescência dos demais Vereadores.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Agradeço
ao Ver. Paulo Brum e chamo a atenção dos Srs. taxistas para uma Emenda do Ver.
Paulo Brum referente ao táxi-perua, que quer estabelecer o mesmo tratamento que
se dá ao táxi comum. É uma discussão que a categoria tem feito. Eu ponderei a
V.Exa. que, em se tratando de um serviço especial, deve ter um preço especial.
A meu juízo, o preço deve ser maior do que o comum. Por outro lado, o argumento
de V.Exa. passa a me convencer, porque esse perua radiotáxi é para conduzir
aquelas pessoas deficientes, os paraplégicos, por exemplo. Ele me alegava que
os paraplégicos vão pagar mais. É um argumento muito forte e eu vou me dobrar a
ele, porque é a questão da isonomia, do tratamento igual perante a lei. Eu não
sei se um transporte como este, o perua radiotáxi, se o seu permissionário vai
ter condições de sustentar esse serviço aplicando o padrão convencional, que é
o do carro conhecido “laranjinha”. Assim, vou acompanhar a Emenda do Ver. Paulo
Brum.
Há uma discussão na
categoria entre SINTÁXI e SINTAPA. O Ver. Adeli Sell propõe, em boa hora, uma
Emenda dizendo que a entidade mencionada no Substitutivo do Projeto Lei é a
entidade representativa. Então, entre os taxistas, eles vão definir a situação
e com isso se perfectibiliza essa matéria que terá condições de receber aqui a
votação dos Srs. Vereadores. Eu também digo: acho que temos que fazer justiça a
essa categoria, e essa pequena modificação tem alguns ganhos sim, mas são
mínimos, extremamente insignificantes. Fiz uma pequena projeção aqui, porque em
todas as categorias há gente de bem e há os maus também. E muitas vezes alguns
taxistas cobravam determinados valores. Agora, com a bandeira 3, se eu for no
supermercado com a minha mala normal, com dois pacotes de mão e fizer um
rancho, vou pagar quanto mais numa corrida média? Vou pagar exatamente 1,75.
Vejam bem: qual o caminhão, qual é o transporte que leva o rancho de um
supermercado à casa de um cidadão, ou a televisão de uma loja à casa por 1,75?
É exatamente isso a bandeira 3. Evidentemente que existem taxistas que são
contrários a isso, mas esse Projeto foi elaborado pela categoria juntamente com
a SMT. Tive participação também na formulação. Está aí a bandeira 3 sendo
puxada para as 20 horas. É uma justiça, é uma isonomia que se faz aos taxistas
de Porto Alegre. Entendo, tranqüilamente, que essa matéria pode ser votada. Ela
não reajusta a tarifa. O quilômetro rodado continua sendo o que é hoje. Apenas
faz essa “calibragem”, em termos de bandeira, para atingir situações que
ocorrem em todo o País. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
o que me assusta é a mediocridade, a incompetência, a burrice. Hoje, eu
ouvia o ex-Senador José Paulo Bisol falando sobre a sua contratação, pela
Assembléia Estadual, para que se consolidassem as leis do Rio Grande.
Muito
antes de a Assembléia pensar nisso, quando eu fui Prefeito e Secretário do
Governo, antes, nós instituímos, na Prefeitura, o Projeto SIREL para que as
leis fossem consolidadas e acertadas. Agora, nós votamos tudo apressadamente, sem o maior respeito com o que está
ocorrendo, sem nenhuma preocupação de fazer uma lei clara, eficiente,
tranqüila, para todos, porque lei deve ser clara, precisa, concisa e
respeitada.
Vejam V.Exas., Srs.
Vereadores, que o Executivo Municipal manda um Projeto de Lei, e há, aqui, um
Substitutivo, criando mil e setecentos tipos de táxis. Táxi deveria ser um só:
é aquele serviço prestado à população, serviço público, transporte público.
Agora, os outros tipos que apareceram depois deveriam ser separados. Mas parece
que ninguém presta atenção, ninguém entende nada. “Táxi comum consiste na
categoria convencional, responsável pelo transporte de passageiros.” Este, no
meu entendimento, é o táxi que tem que ser tratado. O resto é outra coisa
diferente. Aí, aparece, aqui, o táxi especial, na categoria de táxi, que atende
o Aeroporto Internacional Salgado Filho para o transporte de passageiros. A Lei
deveria ser mais ampla, mas não é. Táxi mirim utilitário, na categoria
destinada a transporte de volumes de mil quilos - eu queria ver o guindaste
capaz de levantar os mil quilos para colocar no táxi mirim utilitário. Não está
na Lei. Foi a Secretaria dos Transportes que colocou. Eu queria ver quem
levanta os mil ou duzentos quilos. Eu também queria saber quantos táxis mirins
utilitários há em Porto Alegre. Nenhum. Perua radiotáxi é um tipo especial de
transporte. Eu queria saber quantos têm. Nenhum. Aí, eu tenho que votar sobre
isso e leio uma Emenda: “Altera a redação do parágrafo 3º do inciso 4º”. Inciso
não tem parágrafo. Eu tenho que votar isto aqui? Já vi isto aqui ser elogiado
na tribuna. Até onde vai minha paciência? Não tem mais, em Porto Alegre, táxi
mirim, e aqui está, na Emenda, táxi mirim. É a pressa de legislar, é a pressa
de dar, de ceder, de não estudar. O mais interessante é que a Secretaria
Municipal dos Transportes começou toda essa história dizendo que, nos próximos
dez dias, a Câmara daria nova lei, e ela nem havia mandado para cá o Projeto. É
difícil fazer justiça aos que merecem. Como vou votar esta Emenda? Inciso não
tem parágrafo. Apenas artigo tem parágrafo! Táxi mirim não existe. Perua
radiotáxi não existe ainda. Lei deve ser clara, concisa, precisa e respeitada.
Lei deve ser fruto da experiência, da razão e da luz. Não adianta fazer mais
leis neste País. É preciso que se cumpra a lei. Ninguém tem idéia da quantidade
de leis sobre transporte público que há em Porto Alegre. Nem eu sei. Um dia,
contei dezesseis leis sobre passagem escolar; sobre ônibus deve ter umas
quarenta; sobre táxi deve ter umas trinta. A Secretaria Municipal de Transporte
tinha que sentar, estudar e propor algo decente e não ficar criando problemas
para taxistas e usuários. Mas vamos ter que decidir sobre algo que é, no
mínimo, medíocre. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Apregoamos Emenda de nº 04 ao Substitutivo nº 01 do Projeto de Lei do
Executivo nº 09/97, de autoria do Ver.
Fernando Záchia.
A Mesa defere Requerimento
de autoria do Ver. Fernando Záchia, solicitando votação em destaque da Emenda
nº 04 ao Substitutivo nº 0l ao PLE nº 09/97.
Usará a palavra o Ver.
Gilberto Batista para discutir.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, saúdo os
contribuintes de Porto Alegre aqui presentes, os taxistas e os funcionários da
Câmara Municipal. Como estou assumindo agora, no lugar do Ver. Antonio
Hohlfeldt, é evidente que me pegou de
surpresa esse Projeto do aumento da
tarifa do táxi, e hão de entender os taxistas hoje aqui presentes este meu
pronunciamento no sentido de ser o primeiro Suplente da Bancada do PSDB, PL e
PFL, e estar aqui nesta Casa desde quarta-feira. Li atentamente o Projeto e
observei também alguns pronunciamentos de meus colegas Vereadores. O meu
falecido sogro foi taxista por onze anos, e conheci as dificuldades enfrentadas
por essa brilhante classe que, no seu
dever, corre sérios riscos, principalmente à noite, sem falar no desgaste dos
veículos, do horário excessivo que muitos taxistas enfrentam, jornadas de 12,
13, 14 horas por dia, às vezes, impostas pelos patrões. Não sou contra este
Projeto no sentido do aumento da tarifa em si. Eu concordo que um táxi tem
desgaste, que os taxistas suportam uma carga horária impressionante de
trabalho, que eles correm riscos à noite. Enfim, não sou contra. Quero deixar
claro esse meu posicionamento. Acho que toda classe trabalhadora tem o direito
de ganhar aquilo que ela necessita para a sua família. Gostaria de dizer que,
para mim, Ver. Elói Guimarães, o Projeto não está sendo claro no sentido dos
volumes excedentes. Quantos volumes são considerados excedentes? Eu vou até o
“Big Shop”, compro algum tipo de alimento e venho com sete sacolas. Vai ser
cobrada essa bandeirada? Eu concordo com o Ver. João Dib no sentido de que o
Projeto não está sendo claro. Gostaria de saber o que é considerado volume
excedente. Será que vão olhar para mim e dizer: “Do senhor eu não cobro, mas
cobro do outro”?
Quero saber se está clara a
questão dos volumes excedentes. O que diz o Projeto? Quantos são? Como vai ser?
O Sr. Elói Guimarães: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, eu acompanho a exposição de V.Exa. e a considero ponderada.
O excedente é, exatamente, o que ultrapassar a mala normal e dois pacotes de
mão. Uma mala e dois pacotes de mão. O que ultrapassar esses dois itens é
excedente. Essa será a regulação da lei.
O SR. GILBERTO BATISTA: Então, vejam V.Exas., pessoas que usam o táxi para
trazer as compras do supermercado, a população de baixa renda - aquela que
freqüenta o “Big Shop”, que mora nos arredores do Bairro Sarandi, o
“Carrefour”- acredito que será prejudicada. Eu nunca vi ninguém ir ao
supermercado com mala. E duas sacolas, Sr. Presidente, se eu for ao
supermercado e comprar xampu, pão de sanduíche e mais alguma coisinha, saio com
duas sacolas. Creio que o Projeto deva ser mais claro. Ou então vamos fazer uma
emenda e dizer que os táxis que servem o supermercado - e que não tem mala -
vão cobrar uma taxa pelos pacotes levados.
Verifiquei, também, nas ruas
de Porto Alegre, que hoje quase não existe mais o táxi fusca. Hoje temos carros
grandes, com porta-malas grandes. Eu sugeriria que fosse tirada dos
supermercados essa tarifação. Não concordo também, Sr. Presidente, com a troca
de horário, para as 20 horas, da bandeirada 2. Acredito que deve permanecer as
22 horas, porque pobre também pega táxi às 19 horas, às 20 horas. O que vai acontecer, na realidade,
é que não vai mais haver táxi das 19
até as 20 horas para aproveitar a bandeira 2. Gostaria de fazer o seguinte ...
(Vaias procedentes das
galerias.)
As pessoas que estão me
vaiando, não falei para elas. Existem os táxis profissionais e os que não são.
Não sou contra. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Mesa alerta aos senhores visitantes que o
Regimento veda o aplauso e a vaia. Solicito, por conseguinte, a compreensão de
todos para que possamos conduzir este trabalho com a tranqüilidade, com a
serenidade que a importância da matéria em discussão está exigindo. É um apelo
que faço com base no Regimento da Casa.
O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para discutir.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr. Secretário, Srs. Vereadores, caros taxistas e
visitantes, eu não vou entrar em detalhes do Projeto, porque aqui já foi
exposto na Tribuna Popular e, mais demoradamente, pelo Ver. Elói Guimarães. Quero dizer que nós precisamos, antes
de mais nada, discutir este Projeto sem ter a pressão de alguns órgãos de imprensa e jornalistas que,
mal-informados, não têm explicitado,
não têm abordado devidamente ...
O SR. PRESIDENTE: Solicito aos colegas Vereadores o silêncio adequado para que o pronunciamento do Vereador que está na
tribuna possa ocorrer tranqüilamente. É um apelo que faço com ênfase
suficiente, porque não terei dúvida nenhuma de, se não tiver condições de
continuar o trabalho, suspendê-lo até que se retorne à normalidade.
O SR. ADELI SELL: Obrigado, Sr. Presidente. Nós não podemos nos submeter a pressões por
informações distorcidas e por falta de conhecimento do Projeto que vamos votar
aqui. Não estamos discutindo a majoração tarifária. Estamos discutindo uma
adequação dos serviços de táxis em Porto Alegre com as outras capitais e até
com algumas cidades grandes do interior e várias cidades do País. E mais do que
isso: estamos discutindo e votando uma lei que coloca transparência. E aí
alguns companheiros da classe dos taxistas, que às vezes se utilizavam de
subterfúgios, não poderão mais fazer isso. Então, estamos mostrando a dignidade
de uma categoria, a transparência com a população. E nós, Vereadores, olhamos
sempre as partes que estão em disputa: estamos preocupados com quem pega o
táxi, um cidadão muitas vezes com profunda necessidade, não para passear, mas
para ir ao supermercado, porque as pessoas não têm carro para ir a um hospital, fazer visitas, até para ir
ao trabalho. Então, estamos preocupados com a população. Como não estamos
discutindo majoração, mas adequação das regras, das bandeiras - para que fique
claro, cristalino o que estamos votando -, não há problema em aprovar esse
Projeto. Por isso, apoiamos integralmente essa modificação. E digo mais: fiz
uma Emenda porque tenho profundo respeito pelo movimento sindical. Com todo o
respeito ao SINTAPA e ao SINTÁXI, essa é uma discussão que os Senhores vão
fazer tranqüilamente. A Câmara vai decidir, pela minha proposta, que a entidade
representativa da categoria seja assim expressa em nosso Projeto de Lei, e
dessa forma possamos ter, sempre que necessário, o diálogo com a categoria. Os
Vereadores não têm que decidir por um ou por outro sindicato. Temos respeito
pelas entidades, pelos sindicalistas, pela categoria. E, para fazer justiça com
os Senhores que trabalham, vou apoiar a mudança de horário, porque a categoria
tem um trabalho pesado, e aqueles que trabalham à noite em Porto Alegre,
principalmente nesse período do ano, no inverno, fazem um trabalho social, e
quem faz um trabalho social tem que receber a devida retribuição. Porque é
muito simples: quando se sai de um bar, de um restaurante, às duas horas da
manhã, está lá um taxista, esperando para ganhar aquela sua tarifa, que merece
este pequeno aumento, como também às 20h, pois o taxista está ali para
trabalhar até as seis horas da manhã, às vezes até o meio-dia, ultrapassando o
horário normal em que as outras categorias trabalham. Portanto, considero justo
e necessário aprovarmos esse Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está inscrito e cede seu tempo para o Ver. Carlos
Garcia.
O Ver. Carlos Garcia está
com a palavra para discutir.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na quarta-feira
eu já havia me manifestado e volto a esta tribuna com a mesma defesa. Antes,
gostaria de registrar a vitória, no tênis, do Gustavo Kuerten, o Guga, que foi
para a final do torneio “Roland
Garros”. Isso, para o Brasil e para quem atua no esporte, é uma
distinção.
Naquele dia, quando falamos
em bandeirada e bandeira, teve um duplo sentido, mas voltamos a insistir que os
cálculos permanecem corretos. E quem pegar um táxi em Porto Alegre, hoje, entre
20h e 22h, vai pagar um aumento de 23,5%. Esse é um dado concreto. Fiquei muito
contente com o pronunciamento do Ver. João Dib, quando ele disse que táxi
deveria ser só um.
Volto a enfatizar o
levantamento em que nós consultamos 327 motoristas de táxi. E me perguntaram se
esses motoristas eram empregados ou proprietários. Nós não fizemos esse
questionamento e eu não gostaria de olhar através desse prisma, porque
começaríamos uma nova discussão em Porto Alegre sobre a concessão dos táxis. O
Presidente perguntou: se os motoristas
trabalhassem somente oito horas, como ficaria a questão dos três mil e
novecentos? Poderíamos dizer: abrem-se novas concessões. Quero dizer o seguinte: primeiro, a
categoria não está unida. A maioria dos taxistas ouvidos - e isso é um dado
concreto que eu tenho, não é invenção - não quer esse aumento. E outra
coisa: tem a emenda da emenda da
emenda. Então, sugiro que esse Projeto seja rejeitado e solicito ao Ver. Elói
Guimarães que entre com um novo projeto e que faça um estudo junto com a
categoria e com a Secretaria Municipal de Transportes, porque nós não somos
contra o aumento a que os taxistas têm direito, até porque já está protocolado
e eles têm direito. Mas a esse aumento, como está sendo proposto e da maneira
como está sendo formulado, nós somos totalmente contra. Então, sugerimos um
novo estudo sobre esse assunto para que nós, futuramente, possamos votar, e,
daí sim, terão totalmente nosso apoio. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós ouvimos, da
Tribuna Popular, que não havia aumento de tarifa. Na verdade, como o Ver.
Carlos Garcia registrou, tem 23% de aumento. Quanto ao problema de trazer o
horário das 22 para as 20h, a Cidade de Porto Alegre tem uma característica
totalmente diferente da maioria das cidades do Brasil, ou seja, o pôr-do-sol de
Porto Alegre, durante seis meses, se dá depois das 19h e 20h, incluindo a época
do horário de verão, sendo que, nos meses
de estio, ele se dá, durante três ou quatro meses, depois das 21h.
Então, é totalmente diferente o horário de táxi e o relógio biológico humano
nas capitais brasileiras em que anoitece às 16h30min e 17 h, como é comum nos
Estados do Rio de Janeiro para cima.
Ora, todos sabemos que os
taxistas passam grande parte do seu tempo parados nos pontos de táxi, que o
serviço deles é de emergência, sim; que é útil, sim; eles têm obrigações, sim; têm que obedecer à regulamentação
oficial, sim. Mas todos os trabalhadores têm que obedecer à regulamentação
oficial. Os trabalhadores de hospitais,
por exemplo, que trabalham à noite, em condições de grande insalubridade,
expostos à infecção hospitalar, expostos ao estresse do trabalho, tanto quanto
o motorista de táxi, não têm o direito
de ver anualmente reparados os seus salários, bem como os funcionários
federais, estaduais e municipais. Eles têm os seus salários profundamente
defasados e nunca houve uma preocupação desta Câmara, por exemplo, de resolver
o problema dos radiologistas do Pronto Socorro, o problema dos enfermeiros, dos
médicos que fazem plantão, horas extras e não ganham para isso. A Lei diz que
tem que ter um salário-mínimo, que não é pago. Todos saem ganhando nessa, menos
o usuário.
O trabalho feito pelo Ver.
Carlos Garcia, um trabalho sério e competente, mostra que a grande maioria da
categoria não quer esse tipo de aumento. A proposta de um novo trabalho em cima
do aumento, que pode até ser regulamentado, é indiscutivelmente uma necessidade
imperiosa para que esse tipo de aumento não se perpetue. A opinião da imprensa
é fundamental na discussão e no debate. Queremos que haja imprensa aqui, que
haja a presença de pessoas aqui, que haja pressão, porque pressão é a razão do
equilíbrio do político, tanto de um lado quanto do outro. A ausência de pressão
é que deturpa o trabalho do político. É, exatamente, o contrário: precisamos de
opinião, de pressão, de presença da imprensa em todos os locais para a
transparência do assunto. Quem tem um trabalho social, indiscutivelmente, tem
que ser bem pago e tem que ser reposto pelo regime inflacionário. Os taxistas
têm um profundo trabalho social e têm um profundo respeito da comunidade, que
hoje experimenta uma deflação, pelos índices do DIEESE de São Paulo, dizendo
que estamos abaixo de zero em matéria de inflação, e que não pode suportar um
aumento de 23% nos táxis, com a falácia de que essa proposta não é uma proposta
de aumento.
Portanto, o PSDB vota, formalmente,
contra esse tipo de proposta, jamais contra a categoria dos taxistas e jamais
contra os interesses dos usuários, mas, sim, por uma proposta que contemple os
dois interesses. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, estávamos mexendo no processo
e vimos que não vem instruído com a legislação pertinente, porque queríamos
fazer algum tipo de alteração ou comparação e não pudemos fazer, porque o
processo não está completo. Pediria a V.Exa., até que pudesse vir essa
legislação para que possamos fazer o estudo dela, que fosse suspensa a
discussão para que, se tivesse que entrar alguma emenda, ainda desse tempo para
que pudéssemos emendar.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Ver. Luiz
Braz suscita uma questão em relação à necessidade de uma legislação da bandeira
2, que não consta nos autos do processo. Até consultaria V. Exa. se não seria o
melhor caminho - até tendo em vista que hoje temos uma Ordem do Dia muito
complexa a ser enfrentada - pensarmos num adiamento da matéria para uma Sessão
a mais a fim de que pudéssemos amadurecer essas questões e essas dúvidas
existentes. Não estou formalizando o Requerimento, mas queria ouvir as
Lideranças da Casa e os Srs. Vereadores para que encontrássemos uma solução,
porque a suspensão da Sessão prejudicaria o bom andamento dos trabalhos, uma
vez que temos uma Ordem do Dia muito grande a ser enfrentada.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero
produzir uma contradita às colocações firmadas, salvo melhor juízo,
equivocadas, posto que está aqui no processo toda a matéria que regula e
diretriza a questão de táxis em Porto Alegre: Lei nº 4629, é a lei básica; a
que altera, Lei nº 6063, estabelece todo o mecanismo de composição de preços
etc.
O SR. PRESIDENTE: Então, se entendo, V.Exa. sustenta em contrário a Questão de Ordem do
Ver. Luiz Braz e diz que o Projeto está devidamente instruído. Nós ainda não
tivemos tempo de consultar a Diretoria Legislativa sobre esse particular, mas o
faremos ainda antes de decidirmos a Questão de Ordem do Ver. Luiz Braz.
Ainda estão inscritos para
discutir a matéria os Vereadores João Nedel e Gerson Almeida. Passarei a
palavra a esses Vereadores sem prejuízo de que, nesse meio tempo, consultada a
Diretoria Legislativa, se promova o consenso sobre as conveniências ou
inconveniências de se suspender ou não os trabalhos ou promover um adiamento,
que não foi formalmente requerido pelo Ver. Isaac Ainhorn, ainda que referido.
O Ver. João Nedel está com a
palavra e cede seu tempo ao Ver. Gilberto Batista.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero agradecer ao
Ver. João Nedel por me ceder seu tempo.
Volto à tribuna para
externar o final do meu pronunciamento, já que no meu tempo não foi possível.
Eu havia dito que gostaria de ver a lei clara, no sentido dos excedentes, e
falo das sacolas e volumes de supermercado. Vejam o “Big Shop” e o “Carrefour”,
que são supermercados enormes, que tem uma afluência de pessoas de mais baixa renda.
Quando fui vaiado aqui pelos taxistas, em geral, acho que me entenderam mal.
Existem, em todas as profissões, as pessoas honestas e desonestas. Não afirmei
aqui que ninguém era desonesto ao ponto de um taxista parar às 19 horas e
recomeçar seu trabalho às 20 horas em função da bandeirada. Acho que aqui não
existe ninguém assim, porque as pessoas que estão aqui estão pleiteando um
aumento para a sua categoria. E fui claro, também, ao dizer que não sou contra
o aumento, mas gostaria de ver os excedentes e gostaria de fazer uma sugestão
ao autor do Projeto para que ele trocasse o horário das 20 para as 21 horas,
que seria um horário de fluxo menor daquelas pessoas de mais baixa renda. Acho
que assim ficaria de acordo. Se na lei for claro o excedente, acho justo esse
aumento em virtude de os taxistas terem excessivo horário de trabalho, às vezes
pressionados pelos proprietários - porque muitos são empregados, sabemos disso
-, e isso é justo, porque há o desgaste do automóvel, o risco de vida. Assim
como muitas categorias querem aumento, eu também quero para vocês porque, como
disse o Ver. Adeli Sell, são uma classe
que atende desde o mais pobre até o mais rico.
Neste meu pronunciamento,
gostaria de deixar claro que gostaria que o horário fosse mudado para as 21
horas e que fosse visto o excedente. Esse excedente é que está me preocupando
porque, assim como existem os profissionais, existem os desonestos. Porque o
desonesto, se o senhor for ao supermercado e entrar no táxi com cinco sacolas,
ele vai dizer “é lei, é a bandeira”, e está acabada a história! Muitos me
disseram, aqui, que não cobram oito, dez sacolas. Agora, não cobram
verbalmente, porque são pessoas honestas, compreensivas. Agora, aqueles que são
desonestos vão querer usar a lei e vão usar bem, porque a lei vai ser
regulamentada e vão cobrar aquilo ali. Então, sugiro ao autor do Projeto que se
possa estudar essa parte, principalmente, mais detalhadamente - hoje, se
possível, porque também não concordo com adiamentos. A categoria está aí, não
está trabalhando, tem problemas familiares. Eu sou pessoa de posições,
independente de vaias. O meu posicionamento vai-se dar nos dois fatores
seguintes: na mudança de horário e qual será o excedente de volumes. Malas eu
estou tirando fora. O Ver. Adeli não vai ao supermercado com mala. Ele vai lá,
pega uma sacolinha, passa pelo caixa e entra no táxi. Acho que temos que tratar
do assunto por aí. Eu sou favorável ao aumento de 20% lá na madrugada, porque o
“cara” que vai para a boate, para o bar, tem condições de pagar táxi. O pobre
não vai a boate nem a bar. Com relação ao que tem condições de pagar, tudo bem.
Os pontos básicos que eu
gostaria de apontar são: o horário e o excedente. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Eu pergunto aos Srs. Vereadores se sentem a necessidade da suspensão
dos trabalhos na medida em que eu observo um seqüência de pequenas reuniões no
Plenário. Ou está havendo essa necessidade, e então suspenderemos os trabalhos
por cinco ou dez minutos, ou peço aos Srs. Vereadores que assumam as suas
tribunas para que a discussão sobre a matéria possa ser regular e normal.
Renovo aos Srs. Vereadores o
pedido de que ocupem as suas Bancadas ou nós vamos suspender os trabalhos.
O Ver. Gerson Almeida está
com a palavra.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é natural que,
quando se vá discutir assuntos como este sobre um serviço público dos mais
importantes da Cidade de Porto Alegre, que são os táxis, e que também mexe em
mudança de tarifa - de forma indireta, é bem verdade -, haja uma grande
polêmica e uma grande dúvida neste Plenário. A grande polêmica que se expressa
neste Plenário é, também, conseqüência de dúvidas que aparecem na sociedade,
absolutamente legítimas, é bom dizer. Portanto, este Plenário, quando polemiza
fortemente sobre o tema, está refletindo a opinião das ruas. No entanto, mesmo
que seja verdade, é preciso que façamos um debate pautado no longo processo de
discussão que não tem apenas esse Projeto, mas que tem esse tema na Câmara
Municipal de Porto Alegre, até porque devemos nos orgulhar - e a Câmara é parte
decisiva nisso -, devemos nos orgulhar da qualidade do serviço público de táxi
que temos na Cidade de Porto Alegre, não só pelas normas e leis que
regulamentam esse serviço, pelas entidades que representam os trabalhadores
taxistas, que sempre se basearam no interesse público, como pela qualidade dos
profissionais que exercem esse serviço de utilidade pública para o conjunto da
população de Porto Alegre.
Pois bem: o cerne do Projeto
ora em pauta é estabelecer uma proposta que regulamente esse serviço, o já
existente e outros não existentes ainda, mas que, no entanto, foram objetos de
discussão e aprovação nesse Plenário e que precisam ser regulamentados,
importantes, como o táxi mirim, por exemplo.
Houve, há algum tempo atrás,
não sei precisar bem, uma grande mobilização dos trabalhadores taxistas que
chegou a quase todos os gabinetes, senão a todos, contra qualquer tipo de
aumento na tarifa, preocupados com a crescente miséria do nosso povo, por
políticas econômicas conhecidas e pela viabilização do seu trabalho. Esses dois
argumentos motivavam isso, porque os motoristas, taxistas profissionais que
vivem desse serviço público não queriam com o aumento afugentar os diminutos
usuários de táxi. Cada vez mais pensamos duas vezes antes de ir de táxi a algum
lugar, por razões óbvias: quatro, cinco ou oito reais fazem diferença no
orçamento doméstico final. Pois bem: os taxistas, cientes disso, não queriam
aumento. No entanto, a vida mostra que a manutenção dos veículos, combustíveis,
todos os insumos, o rancho no final do mês, pois são trabalhadores e precisam
sustentar as suas famílias, também aumentam. Logo, é um paradoxo que precisa
ter uma solução. As propostas de alterar a bandeira 2, antecipando e ampliando
sua utilização, acabar de regulamentar de quatro para três tarifas, acabar com a
cobrança fora do taxímetro de pacotes vêm no sentido de melhorar o sistema de
transporte e garantir maior credibilidade, porque tudo que é cobrado fora do
taxímetro dá margem a dúvida e, portanto, coloca o taxista, muitas vezes, em
suspensão. Os taxistas concordam com isso, mais uma vez colocando o seu
interesse público. É um aumento indireto? Sim. Agora, que nos coloquem, a
partir das 20 horas, igual às outras capitais. Qual é o problema de Porto
Alegre estar igual às outras capitais nesse ponto? Qual é a questão de
acabarmos com a cobrança “extra taxímetro”? Isso é bom para a Cidade, é bom
para o usuário. Qual é o problema de diminuirmos de quatro para três
bandeiradas, lembrando que, durante o horário do dia até as 20 horas, quando o
táxi é usado por trabalhadores para o serviço, a tarifa continua exatamente
igual, sem penalizar um único centavo? Isso é bom ou ruim para a população de
Porto Alegre? É bom. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir cede seu tempo para o Ver. Elói Guimarães.
O Sr. Elói Guimarães está
com a palavra.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o debate é
importante porque, à medida que se discute, vão-se clarificando pontos. Nesse
sentido, agradeço ao Ver. José Valdir que me permite vir a tribuna para uns
esclarecimentos. Eu não sei de onde se tirou esse reajuste de 23%. O reajuste
que se terá na bandeira 2, que numa corrida média de R$ 6,52 passa para 7,06, é
8,3. Bandeira 1, já dissemos reiteradas vezes, não altera, continua a mesma
coisa. Vejam que cai a bandeira 4 e nisso há um ganho. Então, tem que se
descontar desse ganho que tem o taxista menos R$ 12,6.
Quanto à questão dos pacotes
trazida pelo Ver. Gilberto Batista, procuraram-se os estudos formulados junto à
categoria, com a Secretaria e técnicos
especializados em transporte, e não se encontrou outro mecanismo,
porque essa realidade foi trazida para
dentro do táxi. Não foi o táxi que buscou essa realidade que vivemos, esse
cotidiano de o táxi ter-se transformado num pequeno caminhãozinho de mudanças,
transporte de mercadorias etc. Eu perguntaria ao Ver. Gilberto Batista qual é o
transporte de carga que faria uma corrida
média, levando um televisor, levando mercadorias por R$ 1,72. Vejam bem:
numa corrida média o táxi terá um acréscimo e faz de forma transparente, porque
aquela negociação que se fazia antes,
ela desaparece. Eu defendo a categoria dos taxistas, mas reconheço que existem
aqueles que não tratam as coisas com a devida dignidade. Pois este mecanismo
espanta essas coisas. Está tudo no visor do táxi. Colocou a bandeira 3, colocou
o rancho, o televisor, ou seja o que for, ao término da corrida o passageiro
olhará no visor e saberá o que vai pagar. Qual é o transporte que fará uma
corrida levando um televisor? E mais: os táxis andam carregando botijões de gás
e eu sei que eles fazem isso, muitas vezes, para atender a população. É
proibido, mas carregam. Qual é o transporte que pega um botijão de gás num
determinado lugar, faz seis quilômetros e cobra R$ 1,75? Esses dados precisam
ser trazidos, porque são importantes para que se comece a responder as
indagações formuladas.
Por outro lado, o Ver.
Garcia traz uma questão: “Olha, se faltar, nós colocamos mais”. Bem, isso
criaria em Porto Alegre uma situação insustentável, porque nós já temos quatro
mil táxis em Porto Alegre. Por que quatro mil táxis? Porque eles estão
regulados tecnicamente com a demanda. Se nós acrescentarmos mais táxis em Porto
Alegre, em primeiro lugar, nós vamos tumultuar o serviço, como há cidades no
mundo extremamente desorganizadas em matéria de prestação de serviços,
desqualificadas. Vejam o padrão dos táxis em Porto Alegre hoje. Estão
melhorando o padrão dos serviços do ponto de vista dos equipamentos.
Tudo isso são dados
importantes. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há mais Vereadores inscritos para discutir a matéria.
Apregoamos a Emenda nº 05 ao
Substitutivo nº 01, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Não
havendo mais Vereadores inscritos para discutir a matéria, declaramos encerrado
o período de discussão.
Em votação. O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para encaminhar pelo PDT.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o objetivo do
encaminhamento é no sentido de se fazer uma ordenação clara para que se possa
votar matéria por matéria.
O Projeto do Executivo, a
Mensagem Retificativa e Emendas transformamos, e até com um estudo da própria
Secretaria, em um Substitutivo, que é o de nº 01. Este Substitutivo entendemos
que deva ser aprovado. E quanto às Emendas, a Emenda do Ver. Adeli Sell, já
esclarecida e sustentada, que substitui o SINTAPA por entidade, resolve a
questão em debate. A Emenda do Ver. Fernando Záchia não é contributiva, embora
sua boa intenção, porque diz assim:
“Os prestadores de serviço
de táxi que não desejarem se submeter à majoração da tarifa ficam autorizados a
prestarem seus serviços com base na
tarifa anterior. Os táxis que não majorarem a tarifa terão afixado no veículo
um selo...”. E num serviço organizado, como é o de Porto Alegre, aprovar uma
emenda desta natureza é causar uma desagregação insustentável num serviço dessa
importância e dessa utilidade.
Recebo aqui a Emenda do Ver.
Nereu D'Ávila, que se refere à bandeira 2, correspondente ao preço de cada
quilômetro da corrida, com até três passageiros, rodar no período das 22 horas.
O Ver. Nereu D'Ávila quer que a bandeira 2 não seja aplicada a partir das 22 horas,
mas que a bandeira 2 continue como está. Outro aspecto parece-me que não
favorece o passageiro: toda vez que, à
noite, mais de três passageiros tomarem o táxi, aplica-se a bandeira 4. No
Projeto, isso é eliminado, e aí, se chegarem quatro passageiros, eles vão ter
um ganho. É comum, à noite, os jovens, as pessoas saem e procuram os táxis. Se
nós mantivermos a limitação, haverá um prejuízo; nesse sentido, foi um ganho
que teve o usuário tirando o limite de passageiros. Apelo à sensibilidade de
V.Exa. nesse aspecto, porque a Emenda não é boa. O outro aspecto de puxar para
as 20, 22 horas é uma discussão aberta que procura uniformizar, no País, o
tratamento.
Assim, eu recomendaria a
rejeição da Emenda de V.Exa., porque ela mantém um limitador, prejudica o
número de passageiros e, por outro lado, nós não daremos aos taxistas a
isonomia pleiteada por eles há muitos anos. Digo ao Ver. Sebenelo: onde
anoitece mais cedo, no Brasil, é aqui no Rio Grande do Sul. Para mim, noite é
quando anoitece antes das 20 horas. Se a lei busca proteger o taxista nessas
horas, horas mortas, mais razão tem Porto Alegre de adotar a bandeira 2 a
partir das 20 horas. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou repetir parte
dos argumentos que coloquei quando estava em discussão este Projeto, querendo
apenas dar ênfase a, pelo menos, um aspecto. Primeiro, dar legitimidade a todas
as dúvidas e questionamentos apresentados aqui na Câmara, porque esta Casa
sempre está preocupada em estabelecer o melhor projeto, especialmente em questões
que dizem respeito ao conjunto da Cidade. Os senhores que estão aqui,
inclusive, trabalhadores taxistas, sabem que não há lugar nesta Cidade onde não
tenha entrado um táxi, ou seja, é um serviço que diz respeito ao conjunto da
população de Porto Alegre, dos setores mais abastados aos mais humildes, que,
às vezes, só têm a recorrer a um taxista quando estão em uma situação de
dificuldade e emergência.
O problema econômico, hoje,
é um dos mais sérios, e, portanto, tudo o que vai diretamente pesar no bolso dos
trabalhadores, da população, é sério e é muito importante. O que temos que ver
é como resolver o paradoxo que se apresentava antes, o fato de os taxistas, na
sua esmagadora maioria, através das suas entidades representativas, não
quererem aumento e, ao mesmo tempo, terem que sobreviver num trabalho no qual
os insumos, que são fundamentais para que seu serviço aconteça, vão sendo
aumentados: gasolina, manutenção do veículo e até os alimentos que são
comprados no armazém ou no supermercado, que sustentam sua família e que também
aumentam. Logo, precisam que haja uma solução para esse paradoxo. A solução
encontrada pelo proponente, em acordo com a SMT - é bom deixar claro - em
negociação com a categoria - também é bom deixar claro -, não é uma proposta que
saiu do ar, mas a de igualar Porto Alegre, na questão da bandeira 2, às demais
capitais do País, puxando das 22 para as 20 horas, estabelecendo um horário
diferente para o sábado, compensando, com o impedimento de qualquer tipo de
cobrança fora do taxímetro, os famosos volumes que, como já disse, criavam
problema de legalidade e criavam um problema de relação, inclusive, entre o
passageiro e o motorista, porque cobrar qualquer coisa fora do taxímetro sempre
é um problema. Diminuir de quatro para três as bandeiras, incorporar ou
regulamentar o táxi-mirim e outras leis votadas pela Câmara é um projeto que
regulamenta e ordena esse serviço de uma forma clara, de uma forma boa e que dá
condições adequadas aos motoristas de táxis exercerem melhor o seu trabalho, com
maior segurança e menos conflito entre passageiros e motoristas, aumenta a
féria mensal através de um trabalho noturno e, à tarde, nos sábados, dá uma boa
solução para os trabalhadores que vivem desse serviço. Ao mesmo tempo, assegura aos trabalhadores
do conjunto da Cidade, aos demais moradores da Cidade, que é quem paga os
serviços, que, durante o dia, quando usam o táxi para trabalhos, obrigações
profissionais, não vai haver um único centavo de aumento. Parece-me, salvo
melhor juízo, que é uma solução sábia, uma solução adequada que articula os
vários interesses nesta matéria importante. É assim que a Bancada do Partido
dos Trabalhadores entende este Projeto. Se houver algum argumento, neste
Plenário, que desmonte esta lógica, nós vamos discutir novamente, vamos
melhorar. No entanto, ainda não foi aportado um argumento que justifique
qualquer postergação. Logo, encaminhamos favorável ao Projeto, com as várias
Emendas apostas, com as quais temos acordos. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. ANTÔNIO LOSADA (Esclarecimento): Sr. Presidente, em função
do adiantado da hora, a comunidade da
Vila Campos do Cristal avisa que tem que se retirar para fazer visitação a uma
área que está em discussão, com relação ao reassentamento daqueles moradores.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
encaminhar pelo PSDB.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a posição do PSDB
em relação ao Projeto do Executivo, encaminhado com o Substitutivo do Ver. Elói
Guimarães, é que ele aumenta, num percentual significativo, na média, o preço
que o usuário vai pagar pelo serviço dos taxistas. Num momento em que a
economia brasileira registra uma deflação, segundo o DIEESE de hoje, em São
Paulo - abaixo de zero a variação da inflação do mês de maio de 1997 -, a
tendência da economia, que já não é mais inflacionária, não admite um aumento
tão grande a uma categoria que realmente presta serviços sociais importantes,
que muitas vezes tem lutado contra a defasagem, mas que também apresenta outros
argumentos fundamentais na discussão, dentre eles, o do Ver. Carlos Garcia, de
que a grande maioria dos taxistas de Porto Alegre não querem esse Projeto. A
minha proposta ao Projeto do Executivo é a retirada desse Projeto e um estudo
de aumento de tarifa. Aí sim iremos debater. Mas esse tipo de Projeto em que,
na Tribuna Popular, na defesa do Projeto, alega que não há um aumento
tarifário, vamos ver, na verdade, que o aumento existe e que é de, no mínimo,
13%, na média. E acho que qualquer tipo de aumento hoje é insuportável para o
outro lado da moeda, que é a população, o consumidor, que não suporta esse tipo
de aumento neste momento. Até estranho que o Executivo tenha concordado em
proceder a esse tipo de aumento num momento em que a economia brasileira
registra uma deflação, num momento em que qualquer aumento é insuportável para
as classes trabalhadoras. Quem usa o táxi, inclusive, com finalidade social,
indiscutivelmente, são as pessoas de média e baixa renda familiar, tornando o
serviço de táxi mais importante não só na carga de volumes.
No sábado passado, eu estive
no Supermercado “Big Shop” e pude constatar o grande número de pessoas usando o
táxi para carregar volumes para as suas casas. Eles usam o táxi para
transportar as compras por não terem automóvel. O táxi funciona como meio de
transporte para pessoas e coisas.
Então, passa a ser
extremamente importante o sentido e a sensibilidade dos Srs. Vereadores em
entenderem que esse Projeto de aumento dos táxis de Porto Alegre, enviado à
Casa pelo Executivo, é feito num momento não muito feliz, num momento em que
não comporta um aumento dessa ordem. Mais do que isso, a população não está
tendo o seu salário reajustado a cada tipo de aumento desses. Todo aumento que
o homem público puder evitar deve fazê-lo para que não fique mais um gravame
para o consumidor já tão assolado em sua economia pela voracidade, muitas vezes
de um lado só, esquecendo que há outro lado, o consumidor.
Dessa forma e,
principalmente, visando a um tratamento adequado a essa questão, é
indispensável que se faça um outro projeto, em outras bases, com reforma de
tarifa dentro daquilo que é, hoje, a inflação do País, e não apenas um projeto
com vício de origem na medida em que permite aos seus defensores dizer que não
há aumento de tarifa, quando há um aumento de, no mínimo,13%. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, queremos registrar, com satisfação, a presença do Sr. Pedro Paulo Záchia, nosso
Presidente do glorioso Sport Club Internacional. Receba o nosso carinho e, em
especial, deste modesto colorado. Seja bem-vindo!
O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para encaminhar pelo PTB.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, muito embora sendo gremistas, nós queremos fazer a nossa saudação
ao Presidente do Internacional, Sr. Pedro
Paulo Záchia, que é sempre muito bem representado nesta Casa pelo seu
irmão, Ver. Luiz Fernando Záchia.
Logo depois da discussão de quarta-feira, quando pedimos
adiamento de discussão por uma Sessão e fomos atendidos pelo autor da
proposição, ou, pelo menos, nos entendimentos do Ver. Elói Guimarães, nós
conversamos com os dois sindicatos, com o meu amigo Lauro Furlan e meu amigo
Roberto, um, do SINTAPA, e, outro, do SINTÁXI. Realmente, na quarta-feira,
pensava ter dirimido todas as dúvidas para que pudesse votar o Projeto, e
dizia, naquela oportunidade, que jamais fui contra o aumento da bandeira 2 ou
as modificações à bandeira 3. Sou absolutamente favorável. Inclusive, a sugestão que havíamos dado da
outra vez é de que não se mexesse no horário da bandeira 2, permanecesse o
mesmo e pudesse a bandeira ter o valor de 50% a mais e não 20%, até porque a
bandeira 2 representa o adicional
noturno que, em algumas categorias, de acordo com os dissídios, está mais ou
menos em 50%. Por isso, tinha certeza de que não teríamos problemas para elevar esse valor da bandeira 2 para 50%. Só
que essa modificação de horário já
havia sido rejeitada da outra vez. Voltou esse Projeto aqui de uma maneira
diferente. Primeiramente, mexendo nesse valor da bandeira 2 para 33%, e esse
não é o problema, porque acho que, na bandeira 2, poderia ser dado até 50%; e
nem na modificação da bandeira 3, porque esse é um problema de se conservar o
preço cobrado no taxímetro para que não se tenha nenhum outro tipo de cobrança,
o que, aliás, é proibido. Não adianta mais se falar em outro tipo de taxa,
porque qualquer outra taxa não poderá ser cobrada pelo taxista. É proibido.
Então, essa discussão não se tem mais. A bandeira 3 terá o valor de 50% para
poder substituir a outra forma como estava, com os taxistas cobrando para
carregar os volumes.
Conversando com alguns
Vereadores, vejo que existem dúvidas. Há Vereadores que vão votar favoráveis ao
Projeto, com dúvidas em relação a se estarão fazendo um bem ou um mal à
categoria dos taxistas. E vejo que não é uma dúvida somente minha, mas é de
todos os Vereadores. E não é uma dúvida somente deste Plenário, mas é uma
dúvida de toda a categoria. Ninguém pode afirmar que toda a categoria pensa
exatamente do mesmo modo como foi proposto o Projeto. Então, conversando com o
Ver. Nereu D'Ávila e outros Vereadores, sugerimos - e a sugestão foi aceita -
assinarmos juntos uma Emenda que não mexa nos valores da bandeira 3, que aceite
o valor cobrado na bandeira 2 para 33%. Hoje, são cobrados 20% e passará para
33%, e, se quiserem, eu aceito até mais - já disse isso -, que se mantenha o
horário das 22 horas para a bandeira 2. A única alteração que faz, e é o grande
problema que vamos enfrentar com toda a população, com todos aqueles que são
usuários de táxi, é exatamente o horário em que a bandeira 2 vai ser utilizada.
Então, para que nós não
sejamos contrários ao desejo dos taxistas de terem os seus serviços regulamentados
e que também não sejamos contrários à necessidade da população, que está com o
seu salário congelado já há algum tempo, nós chamamos a atenção e pedimos a
colaboração do Plenário para que aceite esta Emenda. Isso para que possamos dar
os aumentos da bandeira 2 e a modificação da bandeira 3, mas que possamos
manter o horário da bandeira 2 tal qual acontece no momento. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa registra a presença do ilustre Presidente do Sport Club Internacional,
Pedro Paulo Záchia, que está aqui trazendo um convite a todos os Srs.
Vereadores, em especial aos Vereadores Luiz Braz e Gerson Almeida, para que se
faça uma reunião, sob a coordenação do ilustre colega Ver. Luiz Fernando
Záchia, com a Direção do Internacional. O objetivo é discutir os problemas
existentes e buscar uma solução que seja boa para a Cidade e para o
Internacional. Agradecemos a presença do Presidente Pedro Paulo Záchia e
desejamos que tudo se resolva da melhor forma, não só fora do campo, mas,
também, dentro do campo.
O Ver. Carlos Garcia está
com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou tentar colocar
como se chegou aos 23,5%. Gostaria que acompanhassem o raciocínio: a bandeirada,
hoje, é R$ 1,42 e o quilômetro rodado é R$ 0,71. Então, uma corrida média de
5km sai R$ 4,97. Pela proposta, o aumento do táxi, entre 20 e 22 horas, passa
para 0,94 a bandeirada, porque a bandeira 2, que hoje é 20%, passa para 33%.
Então, os 5km, que eram R$ 4,97, passam para R$ 6,14. O aumento, entre 20 e 22
horas, e, aos sábados, das 12 às 22 horas, que é a proposta, pegando o valor de
R$ 6,14 e o que pagamos hoje, de R$ 4,97, dá 20,5%, ou seja, todo e qualquer
usuário de Porto Alegre, se for aprovada esta proposta, vai pagar mais 23,5% sobre o valor atual naquele
horário. O aumento após as 22 horas é de 7,06%. E, na bandeira 3, temos que
definir o volume, pois, na proposta, diz que é uma mala e dois pacotes. Volto a
insistir: consultamos 327 motoristas de táxi e a maioria é contra isso que está exposto. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que estamos
vivendo um momento. A discussão que se instala, as dúvidas que se levantam, as
correções que se oferecem são todos um forte indicativo de que essa matéria
deveria ser melhor consensada antes de ser votada. Mas não vamos querer
trabalhar em cima daquilo que se buscou e não se alcançou. Estamos encaminhando
a votação na iminência de votar, e o faremos nessa confusão, no bom sentido, em
torno de posições diferenciadas que procuram demonstrar situações várias, que
em muitos casos conflitam fortemente uma com a outra. Não há como esconder-se
um detalhe: que, na prática, as modificações aqui introduzidas, num projeto de
lei, irão, certamente, produzir, na maioria dos casos, no pagamento de uma
corrida de táxi, um aumento. Não há como se esconder isso. Então, pretender
enfocar o assunto de forma diferente é ingenuidade, mais do que ingenuidade, é
cegueira diante de uma realidade. Não se sabe, exatamente, qual é o tamanho do
reflexo. É isso que dá a discussão. Mas que reflexo existe, existe. Essa é uma
discussão que poderia ter ocorrido em torno de uma mesa, e não ocorreu.
Deixamos de fazer essa discussão. Por que não a fizemos é algo que não vem à
discussão no momento.
Então, estamos em uma
situação: se vamos ou não votar agora, não o Projeto do Executivo que deflagrou
esse processo, porque há um Substitutivo do Ver. Elói Guimarães que,
regimentalmente, tem preferência. Deve ser decidido antes de deliberarmos sobre
o Projeto do Executivo, porque, aprovado este, aquele desaparece; rejeitado
este, aquele remanesce. Honestamente, já temos a primeira colocação: entre
aquele Projeto, o Projeto inicial do Prefeito, e o do Ver. Elói Guimarães, o do
Ver. Elói Guimarães é indiscutivelmente melhor. Se eu tivesse, Sr. Presidente,
a certeza de que, acompanhando o Projeto, se votariam e se aprovariam algumas
emendas, sendo que a principal é a que me traz à tribuna, a Emenda de nº 01 ao
Substitutivo, de autoria do Ver. Paulo Brum, eu, que reconheço os reflexos que
terá sobre o usuário do transporte coletivo a aprovação do Substitutivo, me
encaminharia para um voto favorável. É lógico que sei que uma emenda que será
muito discutida, e que tem o meu apoio, é a Emenda de autoria do Ver. Záchia.
Por ser inovadora, não terá o reflexo que esperaríamos que pudesse ter. Então,
quero, Sr. Presidente, numa derradeira tentativa, dizer que nada obsta a que
essa matéria fique encaminhada, porque, encaminhada a matéria, há a
possibilidade legal de que se adie, não o encaminhamento, mas tão-somente o ato
da votação. Assim, todos nós, em conjunto, poderíamos estabelecer uma forma de
votação, com as garantias mínimas de que tais e tais emendas seriam aprovadas.
Isso permitiria que alguns - e percebo essa posição em vários integrantes desta
Casa - pudessem votar favoravelmente ao Substitutivo do Ver. Elói Guimarães com
aqueles mecanismos de segurança que estão a esperar. É lógico que a Emenda de
autoria dos Vereadores Luiz Braz e Nereu D'Ávila, a respeito da manutenção da
bandeira 2 às 22 horas, diversamente de uma que foi cogitada pelo Ver. Dib, que
estabelecia às 21 horas, mas que não se concretizou, se tivessem acumulado
essas duas situações - a aprovação da Emenda nº 01 e a aprovação da Emenda nº
05 -, a votação favorável seria pacífica. No entanto, não é essa a realidade.
Então, Sr. Presidente, um debate desta natureza provoca dúvidas e confusões. Há
dois minutos, o Ver. Garcia discutia números que eram impugnados por uns e
aplaudidos por outros.
Eu posso até ser
mal-entendido nesta hora, mas costumo dizer o que penso e o que sinto. Não vejo
por que, numa casa de gente madura como esta, de homens e mulheres respeitáveis
e responsáveis, antes de se votar esta matéria, não se sente em torno de uma
mesa e se estabeleça um consenso mínimo que nos permita uma votação tranqüila,
segura, de modo que nem os taxistas, representados aqui por um número muito
expressivo, que falam conosco com a tranqüilidade de quem nos conduz no
dia-a-dia, que sabem, inclusive, que eu sou usuário de táxi de tal praça e que,
evidentemente, tenho possibilidade de entender essa circunstância, nem eles
tenham as suas reivindicações violentadas, nem nós, tampouco, estejamos, neste
período de estabilidade econômica, a promover alterações de tal profundidade,
que possam, de uma maneira ou de outra, inviabilizar o nosso projeto e, quem
sabe até, transformar o objetivo tranqüilo que ora se pretende, que é de apoiar
os taxistas, numa forma de desapoiá-los. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos, passamos à votação. Vota-se primeiro o
Substitutivo, com ressalva das Emendas. Aprovado, votam-se as Emendas uma a
uma.
Em votação o Substitutivo n°
0l ao PLE n° 09/97. (Após a chamada.) Por 17 votos SIM, 12 votos NÃO e três
ABSTENÇÕES, está APROVADO o Substitutivo nº 1. Prejudicado, portanto, o Projeto original.
Em votação a Emenda n° 04 ao
Substitutivo, destacada.
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aprovado o
Substitutivo do Ver. Elói Guimarães, que eu havia declarado que é melhor do que
o Projeto que tinha sido apresentado, já houve um ganho nesta Casa e esse ganho pode ser maior ainda. A
proposta embutida na Emenda do Ver.
Fernando Záchia responde, Ver. Carlos Garcia, à preocupação de V.Exa., que
sustentava ter a informação de que inúmeros senhores taxistas não queriam a
aprovação desse Projeto por entenderem que, com a regração existente, eles
poderiam satisfazer os seus resultados econômicos e, conseqüentemente, manter a
regularidade do serviço prestado à Cidade de Porto Alegre. Esta Emenda é um
hino à liberdade, à liberdade de atuação, permitindo, pela primeira vez aqui,
na Cidade de Porto Alegre, que alguém utilize ou não um dispositivo legal
colocado a sua disposição. Haverão de dizer que isso é ingenuidade, que
permitida a aplicação da lei todos irão querer a sua aplicação. Se todos
quiserem, que o façam. Se alguém entender de não utilizar esse dispositivo de
lei, por razões de convencimento próprio, que não se iniba essa pessoa que não
quiser a aplicação desse dispositivo de lei e que, ao realizar as suas
atividades, identifique o seu veículo como aquele diferenciado que não quer
utilizar esse dispositivo da lei por entender que o mesmo é inadequado e que
não corresponde aos seus interesses empresariais e nem de seus negócios.
Então, é uma proposta
inovadora, com alto sentido de consagrar a liberdade da atividade, amarrada na
camisa-de-força do regramento, que lhe diz como, onde, de que jeito, de que
forma ele tem que trabalhar. Doravante, nós ficaremos, pela primeira vez, com o
limite máximo, mas com a possibilidade de haver o rebaixamento desses valores,
se aquele que é o atingido direto pela lei entender em não utilizá-la. É um
hino à liberdade, é um hino à possibilidade da atuação fora dessas amarras do
regramento excessivo e, por essa razão, estou aqui, nesta tribuna, hipotecando
a minha mais irrestrita solidariedade à proposta do Ver. Fernando Záchia, que
me parece boa, oportuna, adequada e merecedora de aprovação. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para encaminhar pelo PTB.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e categoria dos taxistas, eu mudei o
meu voto no Projeto principal, por um simples fato. E eu chamo a atenção desta
Casa de que ela está sendo usada, mais uma vez, para que o Executivo não tenha
o desgaste de dar o aumento, porque todo aumento representa desgaste. O
Executivo repassa para esta Casa para que alguns Vereadores bonzinhos possam
apresentar o Projeto, de forma que o desgaste, ao invés de ficar com o
Executivo, fique aqui com o Legislativo. Eu não tenho nada contra a categoria
dos taxistas, até sou a favor. Já votei aqui e já apresentei uma série de
projetos de lei beneficiando a categoria dos taxistas, mas eu me nego a ser
usado. Hoje esta Câmara está sendo usada, ela está tendo um desgaste. Amanhã
aparecerá nos jornais dizendo que a Câmara ofereceu aumento. O Sr. Raul Pont está-se escondendo atrás disso para não
ter o desgaste de dar o aumento. E nós estamos nos prestando a tudo isso.
Que oposição é essa, que Vereadores?
Que representantes somos nós, que permitimos sermos usados pelo Executivo? O PT
nos usa há tanto tempo aqui para poder permanecer sempre no poder de bonzinho!
As atitudes boas são deles, as ruins são da Câmara Municipal. Uma das únicas
coisas que podemos fazer para corrigir é, quem sabe, aprovar essa Emenda do
Ver. Záchia. Eu só votei pela abstenção porque percebi que estava sendo usado -
aliás, tive a certeza -, assim como a oposição toda foi usada.
Esta Casa foi usada. Por
isso, acredito que temos que rever as nossas posições. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Pedro Ruas para encaminhar.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. Luiz Braz, a argumentação de
V.Exa. foi boa, importante. Mas, com todo o respeito e amizade, combinava mais
com o voto contra ao Projeto.
Tomo a liberdade de pedir
licença a V.Exa. a colação e juntar nesse breve encaminhamento algumas das
expressões...
O SR. PRESIDENTE: Ver. Pedro Ruas, estamos assegurando o seu tempo para uma Questão de
Ordem do Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Juntamente com o Ver. Nereu D'Ávila, temos
uma Emenda no processo. Por isso, não poderíamos votar contrariamente ao
processo. Abstivemo-nos.
O SR. PEDRO RUAS: Com relação à Emenda, acho que os Vereadores que votaram contra o
Projeto - e não só os que votaram contra - podem considerar que essa Emenda do
Ver. Luiz Fernando Záchia traz uma possibilidade importante de que tenhamos, na
prática, a partir da votação do Projeto - e já é uma lei, porque um projeto do
Executivo aprovado aqui obviamente será sancionado - a partir dessa futura lei,
temos aqui uma possibilidade de contemplar esses segmentos da própria categoria
profissional que está hoje aqui representada e que por sua maioria,
segundo o Ver. Garcia, num levantamento
brilhante exposto nesta Casa, não quer o aumento. Isso é discutível, se quer ou
não, a partir de agora que já está dado. Mas a Emenda do Ver. Luiz Fernando
Záchia põe as questões em relação à possibilidade de o trabalhador, membro da
categoria, querer ou não. Segundo a sua área de atuação, o ponto fixo que ele
atue, ele pode, por uma questão de mercado, não querer utilizar o aumento para
manter a sua clientela, para manter aquele nicho de mercado que ele, com seu
trabalho, com sua tarifa conseguiu conquistar.
A Emenda de n° 04, destacada
do Ver. Fernando Záchia, na opinião deste Vereador, encaminhada por esta
Bancada, com exceção do Ver. Elói Guimarães, é favorável, porque é uma Emenda
que nos coloca novamente a possibilidade de termos no trabalhador do setor - no
trabalhador que está ali no volante esperando o seu cliente, esperando
passageiro - a decisão de querer ou não o aumento que a Prefeitura lhes
outorga.
Por isso, o encaminhamento é
favorável à aprovação da Emenda n° 04, de autoria do Ver. Luiz Fernando Záchia.
Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar pelo PMDB.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e
Senhores, já foi dito aqui, com muita propriedade pelo Ver. Pedro Ruas, que
isto já é uma lei. No momento em que é aprovada por esta Casa, e ela veio do
Executivo, nós temos a certeza de que, a partir de então, vai começar a vigorar
em Porto Alegre.
Eu falava com o Ver. Pedro
Américo Leal e o Vereador, na sua experiência, me dizia que este momento
econômico louco do Brasil, em que não se aumentam salários, mas começa-se
a aumentar os serviços - e não vamos
aqui discutir por que está se aumentando serviços -, começa a causar problemas para qualquer cidadão. Grande
parte desta categoria tem seus encargos
sociais, tem suas obrigações sociais, tem um custo diferenciado, que são
aquelas empresas que têm mais de um, dois, meia dúzia de veículos. Mas nós
temos que considerar que, quando foi
criado o serviço de táxi na Cidade de Porto Alegre, o objetivo primeiro - é
evidente que faz muito tempo que foi criado, Ver. Elói Guimarães - era que uma
única pessoa tivesse o seu veículo e que aquela pessoa exercesse a atividade de
taxista. Ora, se o proprietário do táxi dirigia, ele mesmo, o seu veículo, ele
mesmo fazia o serviço, ele não teria aqueles encargos sociais e o custo do
serviço seria menor. Todos nós temos esta convicção de que deveríamos ter
custos menores para que pudéssemos ter uma tarifa menor. Mas, com o passar do
tempo, aqueles primeiros prestadores de serviço foram vendendo os carros, foram
criando as pequenas frotas e as grandes frotas. E as pequenas e grandes frotas
começaram a ter custos diferenciados, o que é normal, porque começaram a ter
empregados, funcionários, manutenção de
veículos etc. e começaram a embutir isso na tarifa. Nós não podemos, Ver.
Reginaldo Pujol, desconhecer que ainda existem taxistas que prestam serviços
nos veículos deles e que eles têm custos menores. E, em cima desta discussão, o
próprio Ver. Carlos Garcia fez uma pesquisa, que temos que respeitar. Não só eu, mas vários Vereadores aqui, foram
procurados por taxistas que são proprietários dos seus veículos, que não querem
aumento, porque até questionam o atual momento econômico do País, que diminuiu
a condição de serviço, que diminuiu o número de passageiros e, evidentemente,
diminuiu o ganho deles. Ora, havendo, na visão deles, um aumento na tarifa - é
matemático -, vai diminuir o número de usuários de táxi. O usuário de táxi - e
aí o Ver. Pedro Américo Leal tem razão - não está tendo aumento no seu salário,
mas, em contrapartida, está tendo aumento nos custos dos serviços para eles
executados. Então, procurados por esses motoristas, que não querem o aumento,
até compreendem da justiça do aumento para aqueles que são proprietários de
frotas, mas no caso específico deles não, imaginamos que essa Emenda - já que o
Projeto foi aprovado -, que a Emenda, ao menos, minimizaria a situação desses
profissionais. Essa Casa é extremamente democrática. Esta Casa respeita a
maioria e compreende a minoria. Em cima dessa compreensão da minoria, nós
entendemos que essa Emenda minimizaria o problema de mercado deles. Por isso, a
importância da SMT, através de um zelo, de oportunizar a eles a faculdade da
escolha: ou se ajustam aos novos preços, mesmo que eles não tenham novos custos, ou vão ser justos - já que não há aumento de
custos na atividade, eles ficariam com os preços anteriores. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar pelo PSB.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu votei contra e
lastimo que tenha sido aprovado, porque vejo essa Emenda como um perigo para a
categoria, porque o táxi é uma concessão e, no momento em que ficar livre, eu não sei o que vai acontecer.
O Ver. Záchia falou da
questão dos que têm alguns táxis. Como vai ser essa relação entre empregador e
empregado? Quero também fazer o registro de que, quando fizemos a consulta, em
momento nenhum perguntamos se ele era proprietário ou não do táxi. Agora,
constatamos que todos os 327 eram motoristas, e essa foi a nossa preocupação.
Até porque eu comecei a me deparar com a informação de que há muito mais
proprietários do que eu pensava. Então, eu vejo que essa polêmica vai ser
grande. Estou encaminhando favorável ao Projeto. Agora, que vai criar um
problema para a categoria, vai.
Volto a dizer que a atitude
mais madura seria votar contra o Projeto e discutir com as Lideranças. Eu
disse, inclusive, que passaria procuração ao Ver. Elói Guimarães para que, com
todos os segmentos, pudesse fazer alguma coisa mais adequada.
Aquilo que eu disse no
primeiro dia em que ocupei esta tribuna foi: “A posição do PSB vai ser aquela
que for boa para ambas as partes.” Eu vejo que isso aqui não é bom para todos
os segmentos. Não é bom para os usuários, não é bom para grande parte da
categoria e, talvez, seja bom apenas para um pequeno segmento da categoria.
Assim, fica muito difícil para todos. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar a
votação.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos
examinando, em final de manhã, a concessão de reajuste tarifário para o serviço
de táxi. De onde surgiu isso? Eu não sei. Parece que o PT tem interesse nisso e
que parte do PDT também tem. Também não entendo o PTB, que ficou imóvel. O
Líder, Ver. Luiz Braz, veemente, combativo, veio balbuciar, na tribuna, alguma coisa para explicar a sua
abstenção.
Estamos diante de uma Emenda
que é “melhor do que o soneto”. Agora, quanto às razões que me levam a votar
contra, eu já discuti, no bom sentido,
inclusive através de rádio, com
o ilustre Ver. Adeli Sell. Não posso acreditar num plano que não tenha
critérios. V.Exa. está abanando com a cabeça porque isso é a essência do seu
Partido, o PT. Critérios! Onde estão os critérios? V.Exa. patina, não sobe, como um carro que não consegue
vencer as marchas que permitem ascender ladeira - lomba, como se diz no Rio
Grande do Sul. V.Exa. não sabe explicar. Critérios, Vereador! Vi que V.Exa.
ficou impressionado com a palavra critérios. Conheço sua personalidade. Por que
o PT desencavou, exumou esse Projeto? V.Exa. talvez possa explicar. Surgiu de
repente, parece que não satisfaz aos próprios interessados. Aqui na Câmara,
como via de regra em outras Casas Legislativas, aparecem coisas inexplicáveis,
projetos que não se entende por que surgiram; esse é um deles. O Ver. Garcia
fez uma exaustiva pesquisa a respeito dessas tarifas. Não interessa a ninguém!
Então, o que estamos votando? Aprovamos uma coisa que não interessa a ninguém.
A Câmara acaba de aprovar um Projeto, com a exclusão do PTB, porque não se
manifestou, que não interessa a ninguém. Abstenção...
(Aparte anti-regimental do
Ver. Paulo Brum.)
Então, V.Exa. destoou de seu
Partido, porque o Partido parece que, sob a Liderança do Ver. Luiz Braz,
preferiu a abstenção. Eu reclamo aqui critérios. Esse plano é nacional. O
Presidente da República mantém um plano
nacional, o Plano Real, em que ninguém sobe nada. Os remédios subiram 100% há
24 horas, as tarifas telefônicas sobem, as tarifas de energia elétrica também
sobem e não se aumenta ninguém. Como vou classificar um Governo desses? Como
vou contribuir para que tudo isso se verifique ou que se justifique este Governo?
Não, não! Comigo, com a minha conivência
não será feita a ascendência dessa candidatura.
Termino conclamando os
Vereadores para que, pelo menos, aceitem essa Emenda liberal. Pela primeira vez
vou aprovar uma emenda liberal, “a la Pujol”, porque, na verdade, é uma Emenda
melhor do que o soneto. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro
lugar, quero dizer que o que votamos e aprovamos foi um Projeto Substitutivo de
origem desta Casa a um Projeto que o Prefeito Raul Pont mandou à Câmara de
Vereadores de Porto Alegre no dia 24 de março. O Ver. Luiz Braz, infelizmente,
no afã e na ira contra o Partido dos Trabalhadores e o Executivo - e, como
sabemos, muitas vezes a fúria é cega -, acaba, por honestidade, dizendo coisas
que não são corretas. Quero lembrar: esse é um Substitutivo a um Projeto do
Executivo assinado pelo Prefeito Raul Pont. Com isso, todo o seu pronunciamento
fica sem a base que o sustentou: logo, ele soçobra como um castelo de cartas ao
vento.
Agora, quero dizer que não
há divisão entre Vereadores bonzinhos ou não, porque o Ver. Luiz Braz está
ampliando a sua ira - que antes era restrita ao PT e ao Executivo - ao conjunto
da Casa. Ele já nos acusou de fazer negociatas, acusou todos que votam com o
Executivo de fazerem negociatas e, agora, existem os bonzinhos. Quero dizer que
aqui nesta Casa há Vereadores sérios. Discordo do Ver. Luiz Braz no que tange a
esse aspecto.
Agora, vamos à Emenda.
Primeiro, essa Emenda fere o princípio da igualdade. Essa Emenda estabelece um
critério inédito e essa Emenda desorganiza o serviço público de táxi na Cidade de Porto Alegre. Ela desorganiza o
serviço, porque é uma conquista do Poder Público - e o Poder Público visto,
inclusive, como Câmara de Vereadores - a organização e os critérios universais
para serviços públicos que atendem o conjunto da população. É importante que
assim seja, é importante que a tarifa de ônibus seja uma só, que a população
não seja exposta a tarifas diferentes que, na maior parte dos casos, penaliza
os trabalhadores mais pobres, que moram mais distantes do Centro. É importante
que nós não desorganizemos e confundamos esse serviço importante da Cidade. Por
isso, essa Emenda é ruim, é equivocada, mesmo sendo feita com boa intenção, mas
nós sabemos que boa intenção não basta para legislar correta e adequadamente.
Segundo, e mais importante
aspecto, companheiro Carlos Garcia, do PSB: essa Emenda possibilita que as
grandes empresas proprietárias de frotas de táxi mantenham tarifas mais baixas
do que as permitidas e segurem isso através da superexploração do trabalho
daqueles motoristas contratados. Não vai ser o motorista que tem um só táxi que
vai manter o preço mais baixo, pois este precisa sustentar sua família com a
tarifa; vão ser as grandes frotas que vão garantir a tarifa mais baixa em cima
da superexploração do trabalho. E nós não aceitamos isso. Somos contrários a
essa tarifa, especialmente por esses dois argumentos. Portanto, a Bancada do PT
encaminha contrariamente a essa Emenda. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, a Vera. Anamaria Negroni para encaminhar.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós, do PSDB,
votamos contrariamente ao Projeto de Lei e ao Substitutivo. Porém, pela votação
já consagrada aqui nesta Casa, nós temos já como lei esse Projeto vindo do
Executivo. Para minorar os prejuízos que nós entendemos que o bolso do
contribuinte, da população de Porto Alegre vai sofrer com esse Projeto, nós, da
Bancada do PSDB, encaminhamos favoravelmente à Emenda do Ver. Luiz Fernando
Záchia no sentido de que essa Emenda, dada a conjuntura econômica nacional
atual, viria colocar aos taxistas, àqueles que não pretendem a majoração da
tarifa, que entrassem em livre concorrência. E essa é, realmente, a pretensão
da Emenda nº 04. Então, dessa forma, encaminhamos no sentido de que seja votada
pelos Vereadores desta Casa favoravelmente. Muito obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 04 ao Substitutivo nº 01 ao PLE nº
009/97, por solicitação do Ver. Fernando Záchia. ( Após a chamada.) Dezesseis
votos SIM, 15 votos NÃO. APROVADA.
Emenda nº 01 ao Substitutivo
nº 01 ao PLE nº 009/97.
(O Sr. Secretário lê a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº
01.)
A Emenda está junto ao
processo, com os Srs. Vereadores. A votação será nominal por solicitação do
Ver. Paulo Brum.
Em votação. (Após a
chamada.) APROVADA a Emenda nº 01 ao
Substitutivo nº 01 por 25 votos SIM,
03 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES, com Declaração de Voto do
Ver. João Dib.
Emenda nº 02. Retirada
Em votação Emenda nº 03 ao
Substitutivo nº 01. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
Emenda n° 05.
(O Sr. 1º Secretário lê a
Emenda nº 05 ao Substitutivo nº 01 ao PLE nº 009/97.)
Em votação. Votação nominal
a pedido do Ver. João Motta. (Após chamada
nominal.) APROVADA a Emenda
nº 05 por l7 votos SIM e 14 votos NÃO. Com essa votação, fica
prejudicado o Projeto principal e as respectivas Emendas.
Passamos à leitura das
Declarações de Voto.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Declaração de Voto do Ver. Gilberto Batista. (Lê.)
“Por este Projeto alterar o
horário da bandeira 2, das 20 para as 22 horas, e não aumentar a quantidade de
volumes para não usar a bandeira especial que aumenta em 50% quando o usuário
adentrar ao táxi com mais de dois volumes e uma mala, aumentando, assim, a
tarifa do táxi com esses dois pontos polêmicos.”
Declaração de Voto do Ver.
João Dib. (Lê.)
“Votei não e não poderia ser
de outra forma. Como votar no § 3º do inc. IV?”
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Passamos ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 02/97, Processo 1267/97, que necessita, para aprovação, maioria
absoluta dos Srs. Vereadores.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Requeiro que passemos imediatamente à votação dos
Requerimentos, invertendo a ordem de votação dos processos.
O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria, se contarmos com a gentileza
do Ver. Luiz Braz, que nos dissesse qual é o motivo da inversão de pauta,
porque, dependendo do motivo, gostaria de encaminhar.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Enquanto o Ver. Luiz Braz encaminha, fazemos
questão de relatar a este Plenário que, na semana passada, fui convidado, como
Presidente da Câmara, para uma palestra rápida, no Grande Expediente da Câmara
Municipal de Canoas, e nos sentimos muito honrados por representar esta Casa.
Lá, recebemos carinho, apoio e aplausos de todas as Bancadas, tudo isso
dirigido a esta Casa. Fiquei absolutamente emocionado e satisfeito com aquele
tipo de discurso que ouvi das Bancadas de todos os partidos. O assunto que
discutimos, e sobre o qual fiz uma breve intervenção, era sobre o orçamento e a
participação popular. Mas as questões colocadas pelos Srs. Vereadores lá
presentes, de todas as Bancadas, foram de elogio a nossa Câmara e de
referências ao intercâmbio que deve ser cada vez maior entre nossas
instituições. Deixo esse recado porque é muito importante e lisonjeiro para nós
esse tipo de relação com a Câmara dessa grande cidade da Região Metropolitana.
A Mesa recebeu, do Executivo
Municipal, uma cópia do atual e recém- reformulado Regimento Interno do
Orçamento Participativo, que vai ser distribuído para todos os Vereadores.
Em votação o Requerimento do
Ver. Luiz Braz para inversão da ordem de apreciação dos processos.
Com a palavra, o Ver. Luiz
Braz para encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Gerson Almeida pede que
justifiquemos esse nosso pedido de inversão na votação dos processos que ora
estão na Ordem do Dia para que os Requerimentos sejam votados primeiro. Este Plenário tem uma tradição que vem através
dos tempos: se olharmos para o relógio, hoje, sexta-feita, 13 horas, eu
desconheço um projeto que tenha sido votado neste momento, ou que se comece a
discutir agora e que possa ser votado de maneira muito consciente. Os
Vereadores estão voltados para outros compromissos assumidos à tarde, que às
vezes são inadiáveis, alguns improrrogáveis. Precisamos votar os Requerimentos,
porque alguns podem ser votados com rapidez, o que poderia fazer com que os
projetos sobre matérias importantes pudessem ser decididos, definidos. Acredito
que, se votarmos agora os Requerimentos, nós não iríamos prejudicar nenhum tipo
de interesse, nem os interesses daqueles
que poderiam estar vinculados às vontades do Executivo e nem os interesses
daqueles que estão vinculados às chamadas oposições. Nós poderíamos jogar esses
Projetos para segunda-feira, a fim de que, segunda-feira, nós fizéssemos
discussões mais amplas, começando, no início da Sessão, estas discussões, para
que a importância destes Projetos pudesse ser ressaltada na fala dos Srs.
Vereadores, que poderiam vir a esta tribuna. O que acontece, geralmente, com os
projetos que são votados a esta hora é que os Vereadores se negam a discutir,
os Vereadores não vêm a esta tribuna para discutir e os projetos, normalmente,
são votados de maneira muito açodada. E eu não gostaria de começar uma
discussão de projeto quando o relógio marca 13 horas. É preferível que nós
votemos os Requerimentos, porque, assim, estaremos prestando um melhor serviço
à Instituição. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Antes de encaminhar a votação, conforme solicitação do Ver. Gerson
Almeida, a Mesa, em cumprimento ao
Regimento, coloca em votação a prorrogação do prazo desta Sessão por mais duas
horas.
Ver. Gerson Almeida, a Mesa
coloca uma questão regimental, avisado pela Diretora Legislativa, porque, em
uma oportunidade anterior, coloquei em votação uma prorrogação um minuto após o
prazo. Isso poderá ser reclamado por alguém. Como não pode acontecer isso, tem
que ser antes do prazo, que termina às 13h02min. Nós ainda temos um minuto para
discutir, porque todos têm interesse em permanecer.
Em votação nominal o
Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. (Após a chamada.) Dezoito votos SIM, 06 votos NÃO. APROVADO o
Requerimento.
A Sessão está prorrogada por mais duas horas.
O Ver. Gerson Almeida está
com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Luiz Braz, alterando a
ordem de apreciação das matérias constantes da Ordem do Dia.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que devemos
dar encaminhamento às decisões que nós próprios tomamos. São 13 horas e inúmeras
pessoas, trabalhadores, moradores da Vila Campos do Cristal, também estão aqui,
desde as 9 horas, e já pela terceira ou quarta vez. Esse processo tem sido
longamente discutido pela Câmara. Essa discussão é importante por quê? Porque
mostrou o que cada parte pensa, quer e faz sobre esse tema.
Quando assumimos o
compromisso com a votação da urgência, votamos o relatório do Ver. João Carlos
Nedel. Nós dizíamos que estávamos fazendo aquilo que é garantir o investimento
para a Cidade e, ao mesmo tempo, garantir, assegurar um espaço público para um
amplo e profundo debate sobre a qualidade das moradias que serão entregues
àquelas famílias e as condições em que serão transferidas. Foi um compromisso
público, discutido por várias Bancadas com as mais variadas opiniões, inclusive
dizendo algumas grosserias em relação à posição de terceiros. Parece que chegou
a hora de a Câmara votar esse Projeto. Não deve haver mais prorrogação, das
tantas que já houve, para que nós possamos, de fato, deslindar um dos problemas
que mais tem sido discutido na Casa. Não é da praxe do Partido dos
Trabalhadores estabelecer questões como esta, mas é da natureza da pauta do dia
de hoje. A pauta está muito densa e com assuntos bastante polêmicos. Por isso,
fizemos uma inversão, colocando o assunto dos táxis em primeiro lugar, e, em
segundo lugar, porque o outro requerimento era praticamente consensual, este
outro polêmico assunto. Logo, se a polêmica existe e todos nós queremos
discutir fortemente a questão dos táxis, vamos pagar o preço do horário. Afinal
de contas, nós fazemos isso o dia inteiro: trabalhar para honrar e executar o
nosso mandato. E, neste caso, mais postergação pode, exatamente no momento em
que as comunidades - Executivo e Legislativo - chegam a posições que se
aproximam cada vez mais de um consenso, pode ser muito ruim para esse processo
que tem sido construído com dificuldade, a duras penas, inclusive com falta de
compreensão em alguns casos; no entanto, tem conquistado um resultado
publicamente bastante importante para todas as partes. E cabe agora nós
assegurarmos a votação do Projeto. Esse é o nosso sentimento, porque inverter a
pauta agora - e quero dizer isso com toda a clareza para que os demais possam
contestar ou não - é dizer: não vamos votar este Projeto hoje! Porque os
Requerimentos que lá estão são, talvez, tão ou mais polêmicos, a esta altura do
campeonato, quanto é o Projeto em pauta. Logo, dizer que vamos inverter é
dizer que não queremos ou não vamos
votar esse Projeto. Não que seja mais polêmico que os Requerimentos, porque não
é. Sabemos muito bem que um dos Requerimentos é a renovação de votação de um
título que levou a tarde inteira para ser discutido nesta Casa. Logo, vamos
aceitar que a realidade é esta: inverter é não votar. Por favor, não vamos dizer
que inverter é preservar e garantir que a votação vai ser feita depois, porque
ela não vai ser feita. E a Bancada do Partido dos Trabalhadores vai dar quórum
e vai-se manter aqui para que possamos fazer tudo o que é possível fazer na
pauta de hoje. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu até não sei como encaminhar uma
matéria dessas, porque sou um homem extremamente simples. Vejam V.Exas.: quem está defendendo que se vote agora o
Projeto nº 1267, que se refere à área do Hipódromo do Cristal, do “Shopping
Cristal”? Quem está pedindo? A mesma autoridade, o mesmo Vereador que colocou
em primeiro lugar o outro Projeto. Uma democracia se faz assim: se uma hora
vale, vale na outra também. Fico muito tranqüilo. Pode ser que algumas vezes já
tenha feito, ao longo de 27 anos de
Câmara de Vereadores, um pedido para trocar a Ordem do Dia. Pode até ser. Não
vou afirmar que nunca fiz. De repente, havia
motivos extraordinários. Hoje,
parece que os taxistas tinham precedência sobre os moradores do Cristal.
Agora temos que nos subordinar a não votar o Requerimento do Ver. Luiz
Braz. Por isso, sempre digo que sou
contrário à inversão, à manipulação daquilo que é distribuído com 48 horas de
antecedência. Aqui vem em primeiro lugar a Pauta, depois a Ordem do Dia, o
Grande Expediente, Comunicações e
depois Explicações Pessoais. Todos os dias deveria ocorrer dessa forma, mas
todos os dias parece que esta Câmara resolve mudar tudo e depois há as
confusões neste Plenário. O primeiro Projeto a ser votado seria o do Hipódromo
do Cristal. Aí acharam que os taxistas interessavam mais ao Dr. Raul Pont por
alguma coisa. “Coloca primeiro o taxista aí...” Desde fevereiro, estão dizendo
que a Câmara ia votar “na marra”. E votou. Depois seria votado o projeto de
utilidade pública, depois um para denominação de rua de autoria do Ver. Nereu
D'Ávila, depois o Dia Municipal do Doente Renal e do Transplantado, do Ver.
Paulo Brum, depois projeto deste Vereador, que denomina João Francisco Martins
a uma rua, e aí vinha o projeto dos táxis, que passou para o primeiro lugar. O
mais importante era o táxi, e os motoristas de táxi estavam sentados. O
Prefeito prometeu alguma coisa e quer subordinar a Câmara, como também quer
subordinar a Câmara nesse caso do “Shopping Cristal”. Então, Srs. Vereadores da
oposição, meu nobre Vereador e Líder, que sabe o respeito que tributo à pessoa
de V.Exa., sei da dificuldade do
comando da Liderança que exerce, mas “o roto não pode falar do rasgado”. Se um pediu, o outro pode pedir também. E
vou fazer um pedido agora, Vereador Líder do PT, meu querido Gerson Almeida:
que todos os dias a Sessão se realize na forma como ela é projetada 48 horas
antes, a não ser que haja um problema extraordinariamente grave. Caso
contrário, que a ordem seja respeitada, porque, quando não respeitamos as
pequenas coisas, não respeitaremos também as grandes coisas. Sou grato. Saúde e
paz!
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, deveríamos estar
votando a alteração do regime urbanístico da área do Cristal. Sempre foi dito por
este Vereador que não sou contrário à construção do “Shopping Cristal”.
Entendia, no momento em que veio para esta Casa a discussão e continuo
entendendo, que deveríamos ter discutido determinados pontos com mais
profundidade. O Ver. João Dib, no dia 08 de maio, solicitou que esta Casa
constituísse uma Comissão Especial com a finalidade de examinar o Projeto
002/97, que cria a Unidade Territorial. No dia 05 de maio, entrou a proposição
do Ver. João Dib. No dia 08 de maio, foi distribuída para a Comissão de
Constituição e Justiça para que ela pudesse dar o Parecer pela formação ou não
da Comissão Especial para que nós, constituída a Comissão, uma comissão
pluripartidária, pudéssemos examinar a questão, principalmente do
reassentamento das 713 famílias. Diz muito claramente o nosso Regimento, Ver.
Guilherme Barbosa - e cito V.Exa., porque V.Exa. é um dos Vereadores mais
atentos a esse Regimento -, diz no seu art. 48: “as proposições distribuídas às
Comissões serão encaminhadas ao Relator, que terá o prazo de cinco dias úteis,
prorrogáveis por igual prazo, para emitir parecer.” O Ver. Juarez Pinheiro, que
é integrante da CCJ, sabe que o Ver. João Motta foi nominado pelo Presidente da
Comissão, Ver. Elói Guimarães, para que fosse Relator dessa solicitação do Ver.
João Dib. Hoje é dia 06 de junho; o Relator foi designado no dia 08 de maio.
São vinte e nove dias corridos. Tirando os finais de semana, devem dar uns
dezoito dias úteis. Disseram-me, extra-oficialmente, que o Ver. João Motta tem
um parecer contrário à criação. Nós não estamos discutindo o Parecer do Ver.
João Motta. Estamos discutindo o cumprimento do Regimento. Se o Parecer do Ver.
João Motta é contrário, que bom, é um parecer correto, muito bem feito, mas que
seja votado na CCJ. Que não fique sendo empurrado com a barriga para que não
possamos votar a questão da mudança do regime urbanístico sem a informação
oficial desta Casa da formação da Comissão Especial. É por isso que este
Vereador se rebela. Por que é que a Casa não funcionou numa questão extremamente
importante, não porque envolve a questão do “Shopping”, que é salutar para a
Cidade, mas que envolve a questão do reassentamento de 713 famílias? Temos
representantes aqui que são favoráveis ao reassentamento na área da Juca
Batista. Mas existem vozes contrárias. E a Comissão Especial, formada por todos
os partidos com assento nesta Casa, seria o fórum adequado para que nós
pudéssemos discutir o assunto. Surpreendentemente ou estranhamente não foi dito
pela CCJ da impossibilidade ou não desta Comissão Especial, porque não foi dado
o parecer. E se passaram todos os prazos legais. Infelizmente, o Ver. Elói
Guimarães, que é o Presidente, não está presente. Pois eu acho que a CCJ, que é
a comissão mais importante, porque é a comissão legislativa desta Casa, tinha
obrigação moral de percorrer todos os prazos legais. Um assunto extremamente
sério, solicitado por Vereadores desta Casa,
por diversas vezes, e o Ver. João
Dib, nesta tribuna, reclamava pela demora da formação do parecer da Comissão de
Constituição e Justiça. E a sensação, Sr. Presidente, que eu tenho é de que
sentaram em cima do processo. Alguém, na Comissão de Constituição e Justiça! E
eu posso estar sendo injusto com o nobre e competente Ver. João Motta, que,
talvez, tenha sentado em cima, porque ele não preencheu os prazos e não fez o
seu parecer, que, democraticamente, pode até ser contrário, mas não deu o prazo
que deveria ser dado para que nós, aqui, fôssemos informados que a Comissão de
Constituição e Justiça era contrária à formação de uma Comissão Especial para
que pudéssemos analisar a questão do “Shopping”. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que realmente teve dificuldade de entender, até porque
outro Vereador chegou à Mesa e perguntou o que estava sendo encaminhado.
Informo ao Plenário que está sendo encaminhado o Requerimento do Ver. Luiz
Braz.
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.Vereadores, sabemos exatamente
o que está sendo votado, porque está sendo votado todo o fundamento desse
processo. Eu quero, inclusive, que os companheiros recordem que, na
quarta-feira, quando se acordou um adiamento por uma Sessão do projeto dos
taxistas, naquela ocasião, eu alertei -
e conversava, ontem, com o Ver. Juarez Pinheiro sobre esse assunto - que hoje
teríamos uma Ordem do Dia absolutamente sem condições de ser cumprida, porque nós
sabíamos, e toda a Casa sabia, que o projeto dos taxistas haveria de ser
discutido em exaustão, como o foi, e certamente chegaríamos, agora, às
13h30min, apenas com aquele processo discutido e votado. Nós sabíamos disso e
continuamos sabendo disso e, mesmo assim, priorizamos o projeto dos taxistas
para ser o primeiro da votação do dia de hoje. Eu desconfio que seja um dos
poucos da Casa que, tranqüilamente, tem, com relação ao projeto de lei de
fixação de novo regime urbanístico para a área do entorno do Jockey Club,
posição já firmada, inclusive desta tribuna. Nós somos Vereadores da Cidade.
É muito difícil, Sr. Presidente, que
passemos à opinião pública de Porto Alegre que votamos às 3 ou 4 horas da
tarde, porque esse projeto do Jockey Club - igual ou mais o projeto dos táxis -
vai justificar a discussão ampla. Até porque, com tudo o que foi dito na
Cidade, é preciso que os Vereadores coloquem claramente as suas posições. Eu
sou um dos que irei discutir em quantos tempos puderem ser-me colocados à
disposição. Sem temor nenhum, eu diria
que a minha inclinação hoje, a esta hora e provavelmente seja na segunda-feira,
ou quando se votar, é, com relação ao projeto de regime urbanístico, de votar favoravelmente. Agora, precisamos
que essas decisões importantes da Casa não sejam tomadas de uma forma que
possam comprometer a clareza de nossas posições. Diria o seguinte: é evidente
que houve um erro de cálculo daqueles que
quiseram priorizar, Ver. Carlos Garcia, contrários à nossa posição, a
votação do projeto dos táxis, antes da votação do projeto do Jockey Club, que é
a grande prioridade do momento, e que não pode ser votado às 14h30min ou 16h da
tarde, numa sexta-feira, porque, sabidamente, inúmeros Vereadores já saíram da
Casa a estas horas. As pessoas são organizadas, já têm compromissos. Eu estou
retardando um compromisso, porque o meu compromisso regimental, com esta Casa,
é ficar aqui até 12h30min e 13h das sextas-feiras. E por essa razão, inclusive,
votei contra a prorrogação da Sessão, porque,
provavelmente, eu saia desta tribuna e saia da Casa.
Então, Sr. Presidente, o que
temos que deixar claro é que o Projeto do Jockey Club é muito importante, é
extremamente importante, ainda que não vá definir sozinho, por si só, os
clamores, as reclamações, os anseios, as reivindicações dos moradores da área,
que estão vendo nisso uma tábua de salvação para verem resolvidos os seus
problemas habitacionais, num direito legítimo e proclamado. É preciso que se
fale claramente com eles todos, e estou fazendo isso, aqui da tribuna. Sou a
favor do regime urbanístico que quer se colocar na área do Jockey Club. Não
tenho medo de votar e justificar minhas posições, mas é um absurdo querer votar
esse Projeto agora, na metade da tarde, gerando, inclusive, com relação a ele,
suspeições de que a Casa, na defesa da sua dignidade, tem todo o dever de
afastar. Saio da tribuna e saio do Plenário nesta hora. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Quero dizer ao Ver. Pujol, com todo o respeito, que não havia outra
maneira de organizar a Ordem do Dia, hoje, uma vez que havia uma votação de
urgência. A votação foi levada por parecer, o parecer foi dado e a norma manda
colocá-la na próxima Sessão, 48 horas após, em votação. Foi o que se fez. Todos
os projetos que estão na Ordem do Dia estão porque precisariam estar. Não somos
obrigados a votá-los, mas eles vão continuar na segunda-feira, conforme manda o
Regimento. Essa é uma determinação do Regimento, do Presidente e do 1º
Secretário, que é o Coordenador desse trabalho, junto com a Diretoria
Legislativa.
Em votação o Requerimento do
Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, solicito votação nominal.
O SR. PRESIDENTE: O Sr. Secretário está com a palavra para proceder à chamada nominal dos
Srs. Vereadores. (Após a chamada.) Onze votos NÃO. Com a presença deste Presidente, são 12 Vereadores em
Plenário. Assim, não há quórum. Não havendo quórum, estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 13h35min.)
* * * * *